Dourados
03/02/2014 10h29 - Atualizado em 03/02/2014 10h29
Renan Nucci
As aglomerações de pessoas em conveniências e postos de combustíveis de Dourados têm preocupado as autoridades da região, principalmente por conta de casos de violência e arruaça que ocorrem, geralmente, motivados pelo consumo de bebidas alcoólicas.
Neste domingo, cinco pessoas ficaram feridas durante tiroteio em frente a um posto no cruzamento das ruas Albino Torraca e Weimar Gonçalves Torres, onde havia um grupo com dezenas de jovens reunidos.
Segundo Caramalac, 1° Tenente da Polícia Militar de Dourados, comandante do Departamento de Trânsito e do Grupo Especializado Tático Motorizado (Getam), a polícia promove fiscalizações preventivas em locais de grande aglomeração, porém, esbarra em algumas questões legais.
“Nos finais de semana nós concentramos os esforços em locais públicos onde há várias pessoas reunidas. Fazemos abordagens, vistoriamos os estabelecimentos e em alguns casos, com apoio de órgãos competentes, conseguimos que placas fossem instaladas proibindo o estacionamento de carros em pontos estratégicos no centro da cidade, evitando assim que várias pessoas se juntassem em um local específico. Todavia, questões legais nos impedem de irmos além. Não podemos por exemplo, exceder o direito de funcionamento de uma conveniência, ou proibir que as pessoas bebam na rua”, disse.
Ele também lembra que a PM encontra dificuldades porque os 'pontos' mudam. “Quando fechamos o cerco em um determinado lugar, o pessoal se aglomera em outro, até por falta de mais opções de lazer. Isso se alia à outras circunstâncias e dificulta nosso trabalho. Como dito, não podemos impedir uma pessoa de transitar ou se reunir com amigos em via pública. Às vezes analisamos o alvará de certo estabelecimento, mas se está tudo regular, não há o que fazer”, explicou.
RESTRIÇÃO NOS ALVARÁS
Antonio Carlos Videira, delegado regional em Dourados, explica que a Polícia Civil tem dado sua contribuição. “Infelizmente não estamos lidando com um fato novo. O que cabe a nós é restringirmos ao máximo a expedição dos alvarás, para que todas as conveniências estejam rigorosamente dentro da lei. Também promovemos os trabalhos juntamente com a PM, para que a segurança da população seja garantida”, destacou Videira.
PROJETO DE LEI
Preocupado com este tipo de situação, o vereador Marcelo Mourão apresentou no ano passado o Projeto de Lei Complementar (PLC) que está sendo discutido pois proíbe, segundo ele, o consumo de bebidas alcoólicas nos postos de combustíveis por aglomerados de pessoas, prática que se tornou corriqueira e que já gerou até operações policiais, pois é causa de arruaças, acidentes e perturbação do sossego.
Ele explica que a medida deve se estender também, além da área física dos postos e onde são prestados os serviços (abastecimento, lavagem, lubrificação, calibragem de pneus e demais serviços), às vias públicas em frente a esses estabelecimentos, às vias públicas em frente a prédios, órgãos, e instituições públicas e às vias públicas localizadas em frente às distribuidoras e conveniências de bebidas.
OPINIÕES DIVIDIDAS
Douradenses que moram próximos a estes pontos de aglomeração reclamam do som alto, da sujeira que fica no dia seguinte e também da falta de educação de muitos que urinam em muros e postes, poluindo o local. Este tipo de situação, inclusive, já foi noticiado diversas vezes pelo Dourados Agora.
Um estudante de 24 anos que preferiu não se identificar, diz que nem sempre as confusões acontecem, e que o cidadão tem o direito de se divertir. “As brigas são em casos isolados. O jovem douradense que trabalha e estuda a semana toda tem poucas opções de lazer nos finais de semana, por isso, acaba se reunindo com os amigos em bares, conveniências e postos. Acredito que a fiscalização deva acontecer sempre, mas nós temos nossos direitos”, relatou.
