10/02/2014 13h19
Segundo um dos fundadores da Embrapa, o futuro do setor está na pesquisa e na macroeconomia estável que o Brasil já vivencia.
"O conhecimento é a pedra que move a agricultura brasileira”. A afirmação é do pesquisador e um dos fundadores da Embrapa Eliseu Alves.
Segundo ele, a agricultura sempre foi baseada em conhecimento. A diferença é que, no passado, desde o Império Romano, os agricultores realizavam testes no campo utilizando suas próprias experiências.
A partir da década de 40, esse conhecimento começou a ser organizado e institucionalizado.
“Os princípios são dos anos de 1850, mas a aplicação é da década de 40 para cá, em larga escala começando nos Estados Unidos e Japão, e na década de 70 aqui no Brasil”, explicou.
De acordo com o cientista, o produtor tem papel fundamental nessa construção, uma vez que são eles que transformam o conhecimento científico em tecnologia.
“Quem produz é o agricultor. Ele pega todo conhecimento gerado no mundo e aplica na agricultura, montando seu sistema de produção para produzir o que quiser.
Depois ele compra os insumos, financia a produção, obtém a produção e vende.” Todo esse processo, Eliseu ressaltou, é que transformou o Brasil no maior exportador e capaz de abastecer muito bem toda a população.
Segundo estudo realizado pelo pesquisador, a produção no Brasil ainda é muito concentrada, não diferente do que acontece nos Estados Unidos e Europa.
A conclusão é de que apesar de a tecnologia ser o motor do desenvolvimento da agricultura brasileira, ela também concentra muito a produção.
“É preciso encontrar caminhos para resolver essa questão. É por isso que o governo está criando uma agência (Anater – Agência de Assistência Técnica e Extensão Rural) para dar uma guarida e chance para que os pequenos sejam capazes de sombrear com os grandes produtores”, comentou.
Eliseu acredita que para manter o avanço e os bons números que a agropecuária gera para a economia brasileira é necessário continuar investindo em conhecimento tanto no setor público federal e estadual quanto no privado.
Para ele, o futuro da agricultura está na pesquisa, mas também na macroeconomia estável que o Brasil já vivencia hoje. (Embrapa)