11/02/2014 07h06 - Atualizado em 11/02/2014 07h06
Douradosagora
Policiais Federais em todo o país participarão hoje de protestos durante 24 horas, em frente às unidades da Polícia Federal e, no Dia Mundial do Enfermo, cruzes vermelhas serão empunhadas como um pedido de socorro por uma PF doente. A mobilização inicia às 9h e deve durar o dia todo.
Em vários locais, os policiais também vão encenar a Polícia Federal doente, numa maca de hospital, com balão de oxigênio e soros, simbolizando a deplorável situação do órgão, que sofre nos últimos anos um boicote oficial do Governo Dilma, algo que é considerado pelos servidores uma espécie de castigo pelas operações anticorrupção que incomodaram o governo, a exemplo do Mensalão.
De acordo com a Federação Nacional de Policiais Federais, os PFs dos cargos de agente, escrivão e papiloscopista são os únicos servidores da história do Brasil que já sofreram sete anos de congelamento salarial, e até hoje não conseguiram o reconhecimento legal de suas atribuições, que aplicam seus conhecimentos acadêmicos exigidos em concurso público.
Segundo os federais, a queda de produtividade no órgão tem sido maquiada através da divulgação de estatísticas de inquéritos instaurados. Porém, o inquérito significa apenas um procedimento burocrático se não acontecer o verdadeiro trabalho policial dos investigadores, que produzem as provas e possibilitam o indiciamento, que aponta o suspeito do crime.
E como forma de mostrar a verdade, a seguir é disposta a estatística oficial do órgão, que comprova uma absurda queda de 86% no número de indiciamentos da Polícia Federal nos crimes de colarinho branco, nas diversas formas de corrupção.
Segundo nota da Federação, a direção-geral da PF tem divulgado dados subjetivos, que indicam, por exemplo, a produtividade acumulada de vários anos, ou então valores investigados em operações, que não comprovam a expressiva queda no número de indiciamentos relacionados aos crimes considerados mais danosos à população.
O despencar do número de indiciados nos crimes de colarinho branco, na visão dos dirigentes sindicais da PF, é o reflexo da política de segurança do Ministério da Justiça, que criou vários mecanismos para controle político das investigações, e não tem defendido o órgão dos cortes de investimentos, e da perda de competências para o Exército e força nacional.
Nos últimos ocorreu o desmantelamento de equipes experientes da PF, e dados oficiais do Ministério do Planejamento atualmente apontam que 230 agentes federais abandonam anualmente a PF, único órgão federal sucateado pelo Governo Dilma.
O movimento desta terça-feira será apenas mais um dia na agenda de mobilização dos policiais federais. Nos próximos atos públicos serão denunciados mais absurdos que comprovam o sucateamento do órgão que conquistou a população justamente por conseguir prender pessoas consideradas até então inatingíveis.