07/03/2014 08h00 - Atualizado em 07/03/2014 08h00
Embora o excesso de chuva venha prejudicando algumas lavouras no
Estado, em Dourados não influencia o desenvolvimento das plantas
Marli Lange
Primeiro foi a estiagem, agora é a chuva que afeta a soja, safra 2013/2013 em Mato Grosso do Sul. Embora o excesso de água esteja prejudicando algumas áreas no Estado, em Dourados não tem influenciado substancialmente as plantas, que estão prontas para colheita.
Até agora foi possível colher 90% das lavouras em Dourados. Os produtores acreditam que, com mais dois dias de sol intenso, toda a colheita será concluída.
O engenheiro agrônomo do Grupo Plantio na Palha (GPP), Ângelo Ximenez, informou que as perdas foram pequenas por isso estão dentro dos 8% permitidos pela legislação para utilização de grão ‘ardido’ (fora do padrão de comercialização).
“A maioria dos grãos é de boa qualidade, por isso, o produtor pode vender a produção total sem perdas nos preços”, disse Ângelo Ximenez. Segundo ele, os produtores estão satisfeitos, pois estão vendendo a saca de 60 quilos por R$ 63,50.
Dourados plantou nesta safra 150 mil hectares, 10 mil a mais em relação a última safra que foi de 140 mil hectares, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já em algumas regiões do Estado, como em São Gabriel do Oeste, a água tão esperada pelos agricultores, agora é preocupação.
Em algumas áreas, prontas para a colheita, os grãos da soja não resistiram ao excesso de chuva e estão germinando nas vagens. Com o acúmulo de umidade, as máquinas não conseguem entrar nas lavouras. Em apenas uma área, as perdas podem chegar a 40%.
De acordo com planilhas do Banco do Brasil, divulgado pelo jornal o Estado de São Paulo, as perdas por causa da estiagem e agora das chuvas chegam a 17,5%.Para o BB, a expectativa inicial de colheita era estimada em 6,3 milhões de toneladas.
Mas a estiagem reduziu a previsão para 6 milhões de toneladas. Neste cenário, o prejuízo estimado era de R$ 350 milhões, caso se confirme quebra da safra na ordem de 17,5%, portanto, menos um milhão de tonelada.
Em janeiro, a divisa entre Sidrolândia e Maracaju, dois dos principais municípios produtores do Estado, passou por 60 dias de estiagem. Na região Sul, a chuva foi em quantidade inferior à necessária para irrigar a lavoura. No período mais crítico, entre 10 de dezembro e 5 de janeiro, foram 100 milímetros, ante a média de 200 mm nos anos anteriores. Agora, com a soja pronta para ser colhida são as chuvas afetam a produção.