08/03/2014 08h00
A Anistia Internacional lançou nesta quinta-feira uma campanha global de dois anos que visa combater a repressão e a violência sexual contra mulheres e jovens.
Segundo a organização, cerca de 1,8 bilhão de jovens do mundo todo correm o risco de ter seus direitos reprodutivos e sexuais ignorados e, por isso, a Anistia iniciou a mobilização chamada de My Body My Rights ("Meu Corpo Meus Direitos", em tradução livre).
"Todos nós temos o direito de tomar decisões a respeito de nossa saúde, corpo, sexualidade e vida reprodutiva sem medo, coerção ou discriminação.
Mas, em todo o mundo, as pessoas são punidas, pelo Estado, por profissionais médicos e pela própria família por tomar estas decisões, ou até proibidas de tomar estas decisões", escreveu a Anistia em seu site.
Para iniciar a campanha, a organização juntou forças com a artista plástica chinesa Hikaru Cho, que fez uma série de pinturas corporais. A artista de 20 anos, que vive no Japão, ficou famosa em 2013 com suas pinturas corporais "hiper-reais".
Para a campanha, cada uma das pinturas ilustra um "direito corporal" diferente e foi concebida depois de acordo com as instruções da Anistia Internacional.
"Você tem o direito de escolher quem você ama e que tipo de família você quer, e de viver livre de estupros e violência sexual. Espero que minha arte ajude aos jovens a começar uma discussão sobre estes direitos", disse a artista.
A organização estima que 150 milhões de meninas e adolescentes com menos de 18 anos foram atacadas sexualmente e outras 142 milhões poderão ser obrigadas a se casar ainda crianças entre 2011 e 2020.
Segundo a Anistia Internacional, 215 milhões de mulheres no mundo todo não têm acesso a metodos contraceptivos, mesmo que elas queiram adiar uma gravidez ou simplesmente não queiram ter filhos.
A organização ressalta ainda que a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo é ilegal em pelo menos 76 países, sendo que 36 ficam na África.
Durante os dois anos de campanha, a Anistia também vai publicar uma série de relatórios a respeito de vários países onde os direitos sexuais e reprodutivos são negados. (BBC Brasil)