10/03/2014 09h00
Cerca de 150 milhões de meninas com menos de 18 anos já foram agredidas sexualmente e 142 milhões de crianças correm o risco de serem obrigadas a casar entre 2011 e 2020.
Os dados são da Anistia Internacional. A entidade lançou uma campanha global sobre falhas de governos para garantir os direitos sexuais e reprodutivos da população.
Ainda segundo dados da Anistia, 14 milhões de adolescentes dão à luz todos os anos, principalmente como resultado de sexo forçado e gravidez indesejada; 215 milhões de mulheres não têm acesso a métodos contraceptivos, mesmo que queiram evitar a gravidez; e a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo é ilegal em pelo menos 76 países, dos quais 36 estão na África.
“É inacreditável que no século 21 alguns países ainda tolerem casamento infantil e o estupro marital, enquanto outros proíbem aborto, sexo fora do casamento e a união entre pessoas do mesmo sexo, que são até puníveis com pena de morte”, disse Salil Shetty, secretário-geral da Anistia Internacional.
Segundo ele, os governos devem tomar ações positivas, não apenas acabando com leis opressivas, mas também promovendo e protegendo os direitos sexuais e reprodutivos, dando informação, educação, serviços e acabando com a impunidade para a violência sexual.
Denominada “My Body, My Righs” (“Meu Corpo, Meus Direitos”, em inglês), a campanha encoraja jovens de todo o mundo a conhecer e exigir o direito de tomar decisões sobre sua saúde, seu corpo, sua sexualidade e reprodução, sem o controle do Estado, medo, coerção ou discriminação.
A iniciativa também lembra aos líderes mundiais as obrigações de adotar ações positivas, inclusive por meio de acesso aos serviços de saúde.
Nos dois anos da campanha, a entidade deverá publicar uma série de reportagens de vários países onde os direitos sexuais e reprodutivos são negados.
Os casos incluem meninas forçadas a casar com seus estupradores no Magrebe, mulheres e meninas que tiveram aborto negado, apesar de ameaças de problemas de saúde e até de morte em El Salvador e outros países e meninas muito jovens forçadas a dar à luz em Burkina Faso.
(Agência CNM, com informações da Agência Brasil)