11/03/2014 07h56 - Atualizado em 11/03/2014 07h56
Valéria Araújo
Os ovos de Páscoa estão chegando no comércio até 10% mais caros, ou seja o dobro da inflação, já que o Índice de Preços do Consumidor (IPCA) registrou 4,96% entre março do ano passado e deste ano.
Segundo fabricantes, a alta do dólar foi o principal motivo do aumento, já que gerou impacto no valor do cacau e no petróleo, este último que é matéria prima para as embalagens.
De acordo com a pesquisa nacional, a Lacta produziu 28 milhões de ovos de pascoa e registrou aumento de 10% nos preços em comparação ao ano passado. Top Cau e Munik teriam também registrado aumento nesta faixa de percentual. Kopenhagen e Brasil Cacau chegam 7% mais caros. Nestlé, Garoto e Cacau Show tiveram aumento médio de 5%. A expectativa das fabricantes é de vender até 30% a mais este ano, apesar da alta.
REVENDAS
Em Dourados, além da alta, os comerciantes terão que driblar a concorrência com o Paraguai para superar as vendas do ano passado. De acordo com o empresário Edson Dutra, do Supermercado Big Bom, este ano ele reduziu em 50% a compra de ovos de páscoa se comparado com o ano passado. Segundo ele, o motivo são os produtos remanescentes nas gôndolas no ano passado.
“As fabricantes não estão aceitando devolução dos produtos que sobram e aquelas promoções do tipo leve dois e pague um causam grandes prejuízos. Para evitar este transtorno resolvi reduzir o estoque”, destaca, observando que as sobras dos últimos anos está diretamente ligada com a concorrência desleal com o Paraguai, que atrai os consumidores.
“Já existe em Dourados comerciantes que já até pararam há uns 4 anos de revender os ovos de páscoa por conta do prejuízo”, conta. Segundo ele, em Dourados o valor do chocolate acompanhou a alta nacional, mas nem todos as marcas chegam a 10% de acréscimo.
“A Garoto por exemplo não teve aumentos significativos. para se ter uma ideia, o ovo de páscoa de 375 gramas que custava o ano passado R$ 27,17 sai este ano por R$ 29,90”, destaca.
COMÉRCIO
Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced), Antônio Nogueira, a concorrência com o Paraguai sempre existiu, mas não deve ser motivo de desânimo dos empresários. Ele diz que a hora é de se investir em publicidade, qualidade e preço.
“As revendedoras precisam negociar com as fabricantes para melhorar os preços”, destaca. Independente disso ela diz que o comerciante está tendo a oportunidade de ousar para fazer a diferença. “Formas de pagamento mais facilitados e a qualidade do produto serão levados em conta pelo consumidor.
A cidade de Ponta Porã está a uma rua de distância do Paraguai e nem por isto o comércio fechou as portas”, disse.
VARIAÇÃO
No ano passado a pesquisa do Procon mostrou uma variação significativa nos preços dos ovos de páscoa entre um estabelecimento e outro.
A maior diferença de preço foi de 99,65% referente ao ovo Hello Kit, encontrado pelo menor preço de R$ 22,99 e maior preço de R$ 45,90. Foram pesquisados 134 itens em 13 estabelecimentos. Em média os demais produtos da Páscoa teve até 207% de diferença.