13/03/2014 09h08 - Atualizado em 13/03/2014 09h08
"Não tomar a vacina é indiscutivelmente pior", afirma António Carlos Guedes Praça.
Renan Nucci
Teve início em Dourados a vacinação contra o papiloma vírus humano (HPV), com o objetivo de prevenir o câncer de colo do útero, e outras doenças. Os alvos da campanha que também é realizada em âmbito nacional, são meninas com idade entre 11 e 13 anos. Apesar da eficácia comprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacina ainda é motivo de discussões por causa dos efeitos colaterais.
Se por um lado a imunização inibe o surgimento do câncer de colo de útero (que representa a segunda principal causa de morte por neoplasias entre mulheres em todo o país), por outro, pode provocar aumento de doenças autoimunes como o diabetes tipo 1, por exemplo. Alguns países chegaram a cessar campanhas de vacinação.
Segundo o biomédico douradense, Antônio Carlos Guedes Praça, se prevenir ainda continua sendo a melhor opção. Ele explica que não tomar a vacina é indiscutivelmente pior do que se vacinar e correr o risco dos efeitos colaterais. “Os efeitos adversos variam de acordo com cada indivíduo, assim como qualquer outra vacina ou medicamento. Para o Brasil, a prevenção é importante, pois o câncer de colo de útero é o segundo que mais mata e com o maior número de casos registrados entre as mulheres”, explicou.
Exemplo Internacional
No Japão, 3,28 milhões de cidadãs foram imunizadas e até o momento, 1.968 delas relataram sintomas como dores, dormência em algumas partes do corpo e até infertilidade. “Tudo que existe lá é apenas suspeita. Claro que devem ser feitos estudos acerca de cada caso, mas nada ainda foi comprovado. É importante lembrar que existe outros países mundo afora que não permitem, por exemplo, vacinar crianças contra o sarampo, o que por aqui é algo muito comum. Por isso, antes de tomar alguma atitude precipitada, é preciso buscar se informar melhor”, explicou.
O biomédico douradense também diz estar preocupado com manifestos religiosos. “Desde que a polêmica sobre o HPV veio à tona, várias correntes religiosas passaram a se organizar para impedir as meninas de se vacinarem. É um direito, mas se não quiserem a imunização, terão que estar conscientes de que o organismo estará exposto às infecções. Algumas pessoas tentam demonizar o medicamento, o colocando como estopim para problemas sociais como a gravidez e a iniciação sexual precoces; isso é um grave equívoco”.