11/04/2014 18h17 - Atualizado em 11/04/2014 18h17
Atenta - César Cordeiro
O senador Delcídio do Amaral (PT) que recentemente ameaçou processo contra aqueles que ousassem ligar seu nome ao caso Petrobras, agora terá que processar a Rede Globo de Televisão que no Jornal Nacional exibiu na noite de anteontem (quinta-feira) um extenso material investigativo relatando o escândalo da Petrobrás com seu nome e tudo.
Ciente do risco
A reportagem mostrou documentos obtidos pelo Jornal Nacional revelando que a Petrobras contratou a Alstom, empresa suspeita de formar cartel em licitações do Metrô de São Paulo, mesmo com alertas do departamento jurídico, que via risco de prejuízo nos negócios. Os contratos para fornecimento e manutenção de turbinas de termelétricas foram firmados nos governos de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, e de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, do PT.
Rumo à Suíça
Para um firmar contrato de 2001, a Petrobras enviou funcionários à Suíça para tratar pessoalmente com a Alstom, numa viagem que custou R$ 44.177,09. O objetivo era comprar turbinas para a termelétrica de Nova Piratininga (SP), que usava óleo pesado como combustível e passaria a ser movida a gás, fonte mais barata de energia.
Programa emergencial
A compra, realizada durante o governo FHC, custou US$ 49,7 milhões, dentro do programa emergencial de termelétricas, porque a oferta de energia estava escassa. Na época, os advogados da estatal listaram 22 problemas nos termos do contrato que poderiam causar prejuízos.
Quem autorizava?
O resumo executivo, que orientou a compra, foi assinado por Delcídio do Amaral, na época diretor da área de Gás e Energia da Petrobras, e hoje senador pelo PT-MS. Disse à reportagem que era ele quem autorizava o então gerente executivo de Energia, Nestor Cerveró, a assinar os instrumentos contratuais em nome da Petrobras.
Revisão unilateral
A Petrobras declarou que os alertas do setor jurídico não foram considerados pertinentes pela área técnica especializada em turbogeradores. Segundo a estatal, o contrato de Piratininga foi encerrado e não existem novos contratos com a Alstom para a compra de turbinas. A Alstom manifestou repúdio às insinuações de irregularidades e afirmou que entregou o que estava previsto em contrato.
Assistência técnica
Delcídio por sua vez, disse que o contrato assinado segue o padrão de garantia de assistência técnica e manutenção, aceito por todos os compradores e que não suscitava riscos. Segundo o senador, independentemente de governos, a Petrobras sempre preservou a legalidade dos contratos.
Pela diretoria
Em nota, Nestor cerveró disse que as decisões tomadas foram aprovadas pela diretoria, e não pela gerência.
Lula e Dilma
Embora tenham começado no governo do PSDB, os negócios entre Petrobras e a Alstom continuaram na gestão de Lula, do PT. Boa parte dos contratos de energia com empresa suíça foi feita sem licitação, direto com o fornecedor, conforme documentos da Petrobras.
Pura fantasia
Ontem o senador Delcídio do Amaral divulgou uma extensa nota em seu Facebook dizendo que qualquer ilação que tente insinuar a existência de cartel ou outra irregularidade nesses contratos é pura fantasia que só serve para atender à interesses, até agora sem explicação”.
Compra de turbinas
“Com relação à matéria veiculada no Jornal Nacional onde fui citado como signatário de nota técnica executiva dentro do processo de compra de turbinas para a UTE Nova Piratininga, esclareço:”
Caráter emergencial
“Considerando o caráter emergencial por conta da necessidade de mitigar os riscos de novos "apagões" como os ocorridos no início dos anos 2.000, o governo federal instituiu, por decreto, o Plano Prioritário de Termeletricidade – PPT, visando à implantação de usinas termelétricas”.
Prevista no PPT
“As turbinas da UTE Nova Piratininga, concebida numa sociedade entre a Petrobras, o governo do Estado de São Paulo, através da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae) e a Petros, prevista no PPT, foram adquiridas em conformidade com todas as regras de segurança e garantias previstas em qualquer contrato de compra desse tipo de equipamento.”
Viagem perdida
Pessoa atenta, professor efetivo da rede municipal reclama da falta de organização para o recadastramento dos funcionários. “Na ultima quinta-feira muitos colegas que deixaram suas escolas para levar os documentos ao CAM, tiveram que retornar após ficar horas na fila, porque não deram conta de nos atender e ainda tivemos que ouvir de uma pessoa que se apresentava como funcionária, que, de todos os setores, quem mais vinha dando trabalho neste recadastramento era o da educação”.
Mais numeroso
“Quero informar a esta senhora que o setor da educação que ele se refere, caso não saiba, é o setor mais numeroso em termos de funcionários e a secretaria de administração que ela deva fazer parte é quem detém ou pelo menos deveria ter o controle de todos os funcionários da rede, portanto, deveria selecionar por pólo o comparecimento na prefeitura e não convocar todos de uma só vez sem se importar com a possibilidade de tumulto ou com a perda de um dia de trabalho”.
Quem lança
“Nós temos compromisso enorme e responsabilidade sobre nossa escola, quem lança um recadastramento é que deve se preocupar com a organização e as medidas a serem tomadas para evitar transtornos maiores. Não quero me identificar para evitar represálias”.
Que frase!
“Um grande mérito força o respeito, e afugenta a adulação” (Marquês de Maricá)