12/04/2014 10h19
No ano passado, nesta mesma data, ao completarem-se os primeiros 100 dias de 2013, a situação do frango era, pode-se dizer, desesperadora.
Porque, sem que os custos tivessem retrocedido em idêntica proporção, o preço pago pela ave viva no interior de São Paulo registrava, em 10 de abril de 2013, queda de mais de 25% em relação ao valor inicial do ano.
Mas o recuo não parou aí. Prosseguiu abril adentro até atingir, no último dia do mês, o valor de R$1,80/kg. Foi uma queda de 40%, inédita no setor, pois ocorrida em menos de quatro meses.
E só revertida mês e meio depois, em meados de junho, quando o mercado começou a dar sinais de vida.
A situação de 2014 é diferente. Pois ainda que o atual preço pago pelo frango vivo seja menor que o do início do ano, a redução é de apenas 4%.
Além disso, ainda que por breve período, na segunda quinzena de março o frango vivo chegou a obter remuneração superior à do início de 2014, fato que não foi registrado em 2013.
Essas constatações fazem crer que a situação atual do setor é melhor que a de idêntico período do ano passado, certo? Errado. Pois as condições de 2014 estão bem mais deterioradas.
Primeiro ponto: o preço médio alcançado pelo frango vivo nesses 100 primeiros dias de 2014 é menor. Gira em torno de R$2,43/kg, enquanto há um ano ficou em R$2,77/kg. Portanto, uma redução de mais de 12%, à qual se deve adicionar a inflação (elevada) acumulada no período.
Segundo ponto (e o mais crítico): o custo de produção atual é bem mais elevado. Vem registrando caminho inverso ao observado em 2013 (decrescente na primeira metade do ano).
E, sobretudo pelas condições de mercado do milho e da soja, tende a registrar evolução contínua no decorrer do exercício.
Detalhe: tudo o que foi dito para o frango vivo se aplica, em idêntica medida, ao frango abatido, cujo preço médio nos 100 primeiros dias de 2014 se encontra quase 15% abaixo do alcançado em idêntico período de 2013. (Avisite)