15/04/2014 15h00
Dos trópicos aos pólos, das pequenas ilhas aos grandes continentes, dos países mais pobres aos mais ricos, os sinais ameaçadores da mudança climática são totalmente visíveis, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na quinta-feira (3).
Ele pediu que sejam realizadas ações coletivas transformadoras para enfrentar o fenômeno agora, antes que seja tarde demais.
“Meu objetivo tem sido mostrar aos Estados-membros, ao mundo empresarial e ao público em geral que a mudança climática é um obstáculo para o futuro da segurança, prosperidade e desenvolvimento sustentável da humanidade”, disse Ban, em Bruxelas (Bélgica), onde tem tido encontros com autoridades da União Europeia sobre uma série de assuntos globais urgentes.
Embora seja de vital importância para a comunidade internacional trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios políticos e de segurança na Síria, na República Centro-Africana e outros locais atualmente em conflito, o chefe da ONU ressaltou que “temos de olhar para além do horizonte e construir as fundações de longo prazo para a paz … este também é um compromisso de vida ou morte”.
Ban disse que era por isso que, depois de ter terminado uma recente visita a Moscou (Rússia) e Kiev (Ucrânia) para pressionar por uma solução diplomática sobre a crise entre os dois países, fez uma viagem para a Groenlândia.
Ao visitar o fiorde de Ilulissat, foram confirmados seus maiores medos sobre as mudanças climáticas: os impactos do fenômeno são profundamente visíveis.
Lembrando o recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), Ban disse que a mudança climática já afetou a agricultura, a saúde humana e os ecossistemas, e pode também ameaçar a segurança, especialmente devido à possível escassez de alimentos e de água.
Com isso em mente, o chefe da ONU expôs sua receita para a ação que, segundo ele, deve começar com um acordo climático significativo, robusto, universal e legal em 2015.
“O nosso lema deve ser adotar e adaptar. Vamos adotar as soluções que irão dar resultados melhores e mais rápidos.
E vamos adaptá-las e ampliá-las onde e quando pudermos”, disse Ban, pedindo “ações climáticas inteligentes” para reduzir as emissões de carbono, coibir o desmatamento e aumentar o uso de energias sustentáveis. (ONU)