29/04/2014 09h28 - Atualizado em 29/04/2014 09h28
Renan Nucci
Indignação é a palavra que melhor define o estado emocional dos acampados do Ipê Roxo, que nesta manhã tiveram que deixar a área particular ocupada, após determinação judicial. Eles cobraram a presença de algum representante da prefeitura no local.
Por volta das 7 horas, forte aparato policial acompanhou o trabalho do Poder Judiciário para que a ordem de reintegração de posse expedida pela juíza da 2ª Vara Cível, Larissa Ditzel Cordeiro, fosse cumprida. Todas as famílias haviam sido previamente notificadas.
Segundo a acampada Sandra Cintra, o sentimento é de tristeza. “Logo cedo os policiais e oficiais chegaram e pediram para que retirássemos nossas coisas e desmontássemos os barracos. Foi um desespero só, pois existem várias crianças no local, e todos ficamos sem saber o que fazer”, disse.
O número estimado de 125 famílias ocupava o lugar há cerca de quatro meses, aguardando algum tipo de benefício habitacional; o sonho delas é sair do aluguel. A principal reclamação de Sandra, e de muitos outros acampados, é que desde o início da ocupação até o presente o momento, nenhum representante da prefeitura compareceu para prestar apoio.
“Até hoje nunca veio ninguém da prefeitura para conversar com a gente. Nós vamos sair, mas ficaremos todos acampados no meio da rua, até que alguém da prefeitura venha para nos dar alguma satisfação. Ficaremos por lá até que alguém apareça”, destacou.
Segundo os 'despejados', o terreno estava abandonado pelo proprietário há aproximadamente 30 anos. Muitos deles devem retornar para a casa de familiares, enquanto outros vão continuar na busca por benefícios de moradia. Durante a ação de reintegração de posse, apesar do clima de indignação, não houve registro de conflito nem de abuso por parte da polícia.