10/05/2014 07h50
A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou na terça-feira (6) que os habitantes de áreas urbanas estão sendo expostos à poluição do ar excessiva, com risco de doenças respiratórias e outros problemas de saúde de longo prazo.
O relatório de qualidade do ar no ambiente urbano de 2014 da OMS, que cobre 1.600 cidades de 91 países – mais de 500 cidades em relação ao relatório anterior (2011) – revela que aumentou o número de cidades monitorando a qualidade do ar exterior, refletindo o crescente reconhecimento dos riscos à saúde da poluição do ar.
Em contrapartida, apenas 12% das pessoas que vivem nas cidades registradas pelo relatório residem em cidades onde a qualidade do ar está de acordo com os níveis aceitos pela OMS.
Cerca de metade da população urbana monitorada está exposta à poluição do ar – que é, no mínimo, 2,5 vezes maior do que os níveis que a OMS recomenda, colocando as pessoas em graves riscos e problemas de saúde a longo prazo.
Com base nessas informações, a agência da ONU alerta para uma maior consciência dos riscos à saúde causados pela poluição do ar, para a implementação de políticas efetivas de mitigação da poluição do ar e o acompanhamento de perto da situação em cidades pelo mundo.
Segundo Flavia Bustreo, diretora-geral assistente do programa da OMS sobre a Saúde das Crianças, Mulheres e da Família, e Maria Neira, diretora da OMS para Saúde Pública, Ambiental e Determinantes Sociais da Saúde, algumas cidades estão fazendo melhorias notáveis, demonstrando que a qualidade do ar pode ser melhorada através da implementação de medidas políticas nas mais diversas instâncias.
O relatório observa que cada cidade pode agir localmente para melhorar a qualidade do ar e, assim, ir contra as tendências regionais.
A boa qualidade do ar pode andar de mãos dadas com o desenvolvimento econômico, como indicado por algumas das principais cidades da América Latina – como Bogotá – que cumprem as diretrizes de qualidade do ar da OMS.
“Não podemos comprar um ar limpo em uma garrafa, mas cidades podem adotar medidas que limparão o ar e salvarão a vida das pessoas”, disse Carlos Dora, coordenador do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS.(ONU)