15/05/2014 17h45 - Atualizado em 15/05/2014 17h45
Elvio Lopes
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio de trabalho investigativo da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), deflagrou na madrugada desta quinta-feira, a Operação Pacto Contra o Crime, com a finalidade de cumprir 85 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão decretados pela Justiça contra membros da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), mantida por integrantes na ramificação sul-mato-grossense.
Segundo o delegado João Eduardo Davanço, em coletiva concedida à tarde, as investigações começaram em julho do ano passado, quando foi instaurado inquérito para apurar a atuação da organização que praticada crimes sob o comando de cinco líderes que estavam cumprindo pena em presídios do Estado e que foram removidos para o Presídio Federal da Capital e isolados dos demais integrantes do grupo.
O delegado explicou que esses líderes, então por meio de telefones celulares e em contatos com visitas – a maioria de familiares e conviventes – também identificados na operação, ordenavam de crimes de tráfico de drogas, roubos, porte de armas e homicídios, que eram executados pelos integrantes em liberdades, alguns dos quais foram identificados e presos nesta quinta-feira.
Pela operação, foram identificados e indiciados em legislação específica (Lei 12.850/2013, de Combate ao Crime Organizado), que trata de crimes praticados por internos do sistema prisional, com 28 mandados cumpridos em Campo Grande; 25 no Presídio de Segurança Máxima da Capital – de internos que praticavam crimes de dentro da unidade a mando da organização – dois no Instituto Penal de Campo Grande; dois no Presídio de Trânsito da Capital; uma no Presídio Feminino; 10 na Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa (Phac), de Dourados; dois em Mundo Novo; três em Três Lagoas; uma no Presídio Feminino de Corumbá e um em Dois Irmãos do Buriti.
Com uma das companheiras de um membro da organização, a operação apreendeu drogas e R$ 17 mil em dinheiro, que seria resultado dos crimes praticados por ordem dos líderes presos. Um fugitivo do Instituto Penal da Capital também foi preso com mandado de prisão em aberto.
O delegado não quis comentar a situação financeira detectada na operação, afirmando que isso é outro objeto de investigação, mas confirmou que o grupo de Mato Grosso do Sul sofre fortes influências de lideranças do PCC de São Paulo, de quem vem atendendo as diretrizes.
Em relação à comunicação dos internos no complexo de Segurança Máxima da Capital, o representante da Agência do Sistema Penitenciário (Agepen) explicou que atualmente os bloqueadores de telefones celulares estão em operação, em período de testes, porém, funcionando e evitando contatos de internos dos presídios com seus comparsas em liberdade.
O delegado explicou que a Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito e encaminhar ao Ministério Público do MS (MPMS), para denúncia e depois ao Poder Judiciário, para julgamento. Se condenados, os integrantes da organização, que poderiam ser soltos mediante alguns benefícios obtidos no cumprimento das penas anteriores.
“Agora, com os mandados, devem permanecer presos até o julgamento”, definiu o delegado, que explicou ainda que a Polícia Civil vai continuar as investigações sobre a atuação da organização criminosa no Estado.
Também participaram da coletiva os delegados Fernando de Paula e Marcos Betone. Delegados durante coletiva que explicou operação deflagrada ontem pela Polícia Civil e identificou 99 integrante do PCC