Dourados
16/05/2014 07h00 - Atualizado em 16/05/2014 07h00
Blitz educativa movimenta o centro de Dourados hoje para estimular as denúncias e combater crime
Valéria Araújo
A cidade de Dourados registrou 55 casos de estupros contra crianças este ano. São 24 a mais do que o computado no mesmo período, de janeiro a maio, quando foram registrados 31 casos. Em 2013, um total de 83 crianças foram vítimas do crime.
Os dados são referentes a atendimentos prestados no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Para combater este crime o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente realiza blitz Educativa hoje, das 8h às 11h, na Praça Antônio João.
De acordo com o presidente do Conselho, Jozimar Nunes dos Santos, serão distribuídos materiais informativos com orientação sobre como identificar uma criança vítima de abuso, como combater e denunciar.
A atividade acontece como forma de reflexão pelo Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Criança e Adolescente, no próximo dia 18. Ainda segundo Jozimar, em Dourados haverá distribuição de panfletos para caminhoneiros. A ação vai acontecer às 14h de amanhã na base da Polícia Rodoviária Federal.
Este ano, caso que chamou atenção de abuso sexual foi de uma menina de 10 anos que deu à luz a uma criança na reserva indígena. Ela disse que foi estuprada quando voltava da escola. O caso está sendo investigado. Recentemente, a coordenadora do Creas em Dourados, Amarilda de Jesus Alves Amorim, explicou que geralmente os agressores são pessoas próximas às vítimas.
“São pais, irmãos, primos, parentes ou vizinho que atraíram as crianças e as mantiveram ameaçadas”, disse. Amarilda explicou ainda que no ano passado a agressão contra uma criança de 3 anos foi notada pela mãe depois que a vítima passou a se isolar e a ter muito medo do agressor, que era um irmão. A coordenadora fez um alerta para que as mães prestem atenção no corpo e comportamento dos filhos.
“Sinais ou marcas, principalmente nos órgãos genitais, são fortes indícios. Outro sinal de que a criança pode estar sendo abusada é o comportamento retraído ou assustado por parte da criança diante de um toque da mãe ou pessoa próxima. Muitas mães precisam trabalhar e deixam os filhos com pessoas próximas, o que acaba viabilizando estes casos. Outro forte indício é quando a criança se isola, sente muito medo, e passa a ter muitos pesadelos. Na escola, o rendimento do aluno cai e ele passa a se isolar por culpa e medo. Nesta caso, o educador pode acionar o Conselho Tutelar que vai investigar os casos”, destacou.
Segundo ela todos os casos encaminhados pela delegacia são atendidos no Creas. O serviço psicossocial e de psicoterapia oferecem em Dourados todo o atendimento às vítimas e familiares de crianças e adolescentes que sofreram violência. São psicólogos, assistentes sociais, advogados entre outros profissionais que estão disponibilizados também nos centros de referência de assistência social (Cras) o tempo que for necessário para proteger a vítima de novas agressões além de fortalecer vínculos familiares. “Quando o agressor não sai da casa a criança deve sair. Vai para a casa de um familiar ou para um abrigo”, destacou.
Serviços
Em Dourados, os contatos por telefone com o Creas para denúncia são: 0800 467 0444. Os telefones do Conselho Tutelar são: (67) 8468 6145 e 0800 647 7142. O telefone do Ministério Público Estadual para denúncia é: 8478 2072. Outra opção é do disque 100, um serviço nacional.
