06/06/2014 08h38 - Atualizado em 06/06/2014 08h38
Parlamentares utilizaram a tribuna contra instalação do presídio feminino no local onde hoje é o semiaberto
Os vereadores de Dourados têm uma posição clara e unânime quando o assunto em questão é a proposta de implantação de um presídio feminino no antigo prédio da Escola Uedi, localizado na rua Hayel Bon Faker, na Vila Tonani. Na sessão ordinária de terça-feira, a maioria dos vereadores utilizou a tribuna da Câmara para se posicionar de forma contrária à proposta do governo do Estado, que cogita a possibilidade de utilizar a estrutura que hoje abriga o presídio semiaberto de Dourados para instalar um presídio feminino.
Conforme o presidente da Câmara Municipal de Dourados, Idenor Machado, além de estar na contramão do anseio dos moradores da região e da sociedade douradense de forma geral, a proposta do governo do Estado fere a Lei de Uso e Ocupação do Solo, que não permite a instalação de presídios dentro do perímetro urbano de Dourados.
“Trata-se de uma proposta bastante controvérsia e que precisa ser revista pelo Estado. Reconhecemos a necessidade de um local adequado para receber às mulheres que estão sob a custódia do Estado. No entanto, essa estrutura precisa ser montada em um espaço amplo que possibilite a ressocialização e a capacitação dessas pessoas. Aquele prédio foi construído para abrigar uma escola e por anos recebeu os alunos da antiga escola Uedi, por isso, acredito que o melhor a ser feito pelo governo do Estado é destinar o prédio para instalação de um centro educacional e construir o presídio feminino em uma área adequada no município”, destacou Machado.
Durante a sessão, o vereador Madson Valente (DEM) apresentou uma indicação ao Governo do Estado, solicitando a implantação de uma escola no prédio que hoje abriga o presídio semiaberto de Dourados. A proposta foi assinada pelos demais vereadores.
O vereador Dirceu Longhi (PT) mostrou indignação diante da proposta e cobrou uma mobilização por parte da sociedade para contrapor e pressionar o Governo do Estado.
“Como de costume, esse governo quer enfiar goela abaixo o que eles consideram solução para Dourados. No entanto, sabemos que trata-se de uma proposta absurda e que precisa ser combatida por toda a sociedade. Apoio a indicação proposta pelo vereador Madson, já que aquele espaço poderia receber perfeitamente uma escola estadual e suprir uma demanda educacional, tendo em vista a construção de escolas não foi uma prioridade deste governo para Dourados”, disse.
O vereador Alan Guedes (DEM) também cobrou a participação da sociedade para convencer o governador André Puccinelli da inviabilidade do projeto da Sejusp (Secretário Estadual de Justiça e Segurança Pública). “O legislativo está mobilizado contra essa proposta e a mobilização da sociedade é fundamental para revertermos essa situação”, enfatizou.
Já os vereadores Sérgio Nogueira (PSB), Nelson Sudário (PSC) e Rafael Matos (PTB) apresentaram opiniões semelhantes sobre o tema. Eles destacaram em suas falas que um presídio precisa contemplar uma estrutura física e funcional que possibilite e socialização e recuperação das pessoas retiradas do convívio com a sociedade pela Justiça, enfatizando que o prédio que abriga atualmente o semiaberto não oferece essas condições.