12/06/2014 17h41
Puxada pelo consumo crescente da China, a exportação sul-mato-grossense de soja aumentou 24,5% nos primeiros cinco meses deste ano se comparada com o mesmo período de 2013.Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), de janeiro a maio de 2014, o Estado enviou ao exterior 1,63 milhões de toneladas do grão, com valor correspondente de US$ 818,81 milhões. Desse volume, 80% foram comprados pelos chineses.
Com a contribuição das vendas da oleaginosa, as exportações totais de Mato Grosso do Sul somaram US$ 2,31 bilhões neste ano. De acordo com o Mdic, a quantidade de soja sul-matogrossense que embarcada ao exterior é 24,5% maior que os 1,31 milhões de toneladas exportadas de janeiro a maio do ano passado.
As receitas, no mesmo intervalo, aumentaram 18%, de US$ 693,3 milhões para os atuais US$ 818,81 milhões.
Esses números refletem o avanço do consumo mundial da soja, com destaque à China, conforme observa a analista chefe e estrategista de mercado de grãos da Rural Business, Tânia Tozzi. "Trata-se de um aquecimento de demanda jamais visto na história", afirma.
Dos 1,63 milhões de toneladas do grão exportados por Mato Grosso do Sul neste ano, 1,3 milhões de toneladas tiveram como destino a China.
Esse volume é 20% maior que o de igual período (janeiro a maio) do ano passado, quando o país asiático importou 1,083 milhões de toneladas da oleaginosa produzida no Estado. A receita resultante desse comércio cresceu de US$ 570,43 milhões para US$ 650,43 milhões.
Essa relação tende a perdurar por tempo indeterminado. Isso porque o consumo de so Oferta e demanda. Produção crescente de soja por Mato Grosso do Sul tem mercado garantido, em razão do alto consumo dos chineses ja pela China (79,65 milhões nesta safra) corresponde a volume muito inferior ao de sua produção (12,2 milhões de toneladas), segundo informa a analista da Rural Business. "Nós temos o que a China precisa", resume.
No mês Em maio, houve redução de 15,5% nas exportações de soja por Mato Grosso do Sul no comparativo anual: de 457,8 mil toneladas para 386,9 mil toneladas. A retração, no entanto, não representa impacto significativo se considerados os números acumulados, observa Tânia Tozzi.
"É muito natural",avalia. Essa diminuição pode estar relacionada ao comportamento do produtor de aguar dar preços melhores da oleaginosa, conforme a analista da Rural Business.
A assessora técnica da Famasul, Adriana Mascarenhas, concorda que a queda na exportação de soja em maio é pontual e não ofusca o resultado acumulado no ano. "O crescimento verificado neste ano deve-se, sobretudo, à demanda da China, que continua aquecida", reforça.
Adriana acrescenta que a queda nas exportações do grão em maio também pode decorrer do aumento do consumo interno pelas esmagadoras.
Ela nota que as exportações de farelo têm majorado acentuadamente. A alta é de 51%: de 145 mil toneladas (em maio de 2013) para 221 mil toneladas (mesmo mês de 2014).
Mato Grosso do Sul também elevou a exportação de outros três importantess itens de sua pauta. A celulose, segundo principal produto da balança, apresentou avanço de 21% de janeiro a maio deste ano (937,43 mil toneladas) em relação ao mesmo período de 2013 (773,39 mil toneladas).
Na sequência, aparece a carne bovina, cujas vendas externas somaram 56,31 mil toneladas neste ano contra 47,4 mil toneladas nos primeiros cinco meses de 2013 (alta de 18%).
Por outro lado, a exportação de açúcar caiu 37,21% no mesmo comparativo (de 3999,73 mil toneladas para 250,98 mil toneladas).
No total, Mato Grosso do Sul exportou o correspondente a US$ 2,31 bilhões de janeiro a maio, valor pouco acima do acumulado no mesmo período de 2013, de US$ 2,23 bilhões.
Correio do Estado