Por causa de suicídios, federais cobram serviço de orientação psicológica

27/06/2014 14h15 - Atualizado em 27/06/2014 14h15

Dourados Agora

Considerando a ocorrência de incidentes críticos em serviço na Polícia Federal nos últimos três anos, policiais e delegados federais pedem a implementação de um serviço de assistência psicológica e psiquiátrica na área de segurança pública. Essa medida está sendo discutida pela administração da Polícia Federal juntamente com as entidades de classe do órgão no âmbito do Ministério do Planejamento.

O pedido foi feito no início desta semana, após o relato de que um agente da Delegacia contra Crimes Institucionais, ligada à superintendência de São Paulo, tentou se matar na segunda-feira, dia 23, com um tiro na boca. Ontem à noite, em Campo Grande, o delegado da PF Eduardo Javorski Lima, tirou a própria vida, com um tiro no peito.

Nos últimos 3 anos, de acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais, ocorreram na PF 29 mortes: 13 delas por suicídio e 6 por acidente de automóvel, face pressões e assédio moral sofridos pelos policiais.

Ainda segundo a própria Federação, o uso político da Polícia Federal por parte do governo tem feito os agentes baterem recorde histórico de suicídios e afastamentos da instituição por problemas psicológicos e assédio moral. Neste ano eleitoral, segundo a Federação, a situação piorou, pois a PF tem 600 operações para serem deflagradas a qualquer momento –preferencialmente contra inimigos políticos do governo.

Informações extraoficiais dizem que o delegado Eduardo Javorski Lima enfrentava depressão. Carioca, ele morava em São Paulo, onde deixou a mulher, servidora pública, e uma filha de dois anos, após ser transferido para Campo grande. Jaworski era o responsável pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, um dos cargos mais importantes da PF em Mato Grosso do Sul.

Em comunicado oficial à imprensa, a assessoria da Superintendência Regional da Polícia Federal em MS se limitou a um comunicado: " É com profundo pesar que o Superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon informa que: Na noite do dia 26 de junho do ano de 2014, nas dependências da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande-MS, um dos delegados aqui lotado, tirou a própria vida".

Depois do comunicado, o superintendente Edgar não atendeu a imprensa.