02/07/2014 07h10 - Atualizado em 02/07/2014 07h10
Ao som de “Ore Rojeroky”, que quer dizer “Nós Dançamos”, o grupo preparou uma coreografia que mistura passos de celebração festiva e de reza. “Vamos entrar no ritmo da Copa do Mundo, apresentando nossa cultura aos turistas e ao mesmo tempo enfatizar nossa esperança e fé para um mundo mais justo para os povos indígenas”, explica
Valéria Araújo
De Dourados para o mundo. Indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó levam Mato Grosso do Sul para a Copa do Mundo através da dança. O grupo Guaté, formado por jovens guaranis e terenas da Reserva de Dourados vai se apresentar no encerramento da Copa nos maiores pontos culturais do Rio de Janeiro, numa iniciativa do Ministério da Cultura. Eles vão integrar a Teko Arandu, primeira orquestra indígena do Brasil, cujos integrantes são da cidade Anastácio.
Em Dourados os integrantes do Grupo Guaté estão com boas expectativas. A Guarani Caiuá Dalila Duarte da Silva é a coreógrafa do grupo. Aprendeu desde cedo a dançar com os pais e hoje repassa os conhecimentos aos integrantes da Guaté. Ela diz que para montar a coreografia se inspirou no grito que estava há anos entalado na garganta. “Nós queremos mostrar ao mundo que a nossa tradição continua viva e fazer com que todos da nova geração tenham orgulho dela. Queremos a valorização da nossa cultura”, destaca.
Ao som de “Ore Rojeroky”, que quer dizer “Nós Dançamos”, o grupo preparou uma coreografia que mistura passos de celebração festiva e de reza. “Vamos entrar no ritmo da Copa do Mundo, apresentando nossa cultura aos turistas e ao mesmo tempo enfatizar nossa esperança e fé para um mundo mais justo para os povos indígenas”, explica.
Das cores branca, preta e vermelha eles destacam a tradição guarani nas vestimentas. Tudo é feito pelo próprio grupo nas instalações da Vila Olímpica Indígena.
Grupo
O convite para a Guaté participar das apresentações surgiu da Orquestra Teko Arandu que é um projeto do Instituto Ressoarte. O indígena Terena José Carlos Pacheco é o responsável pela integração dos grupos. Ele conta que o Instituto participou de edital do Ministério da Cultura para apresentações no período da Copa. O grupo foi um dos 144 projetos a serem selecionados no Brasil, o único do Estado. Ao todo, segundo ele, foram mais de 1,6 mil concorrentes na categoria “manifestações Culturais”.
O Grupo Guaté conta com 10 integrantes e a orquestra com 30. O repertório de músicas apresentadas é variado e leva a música brasileira como tema principal. “Vamos fazer apresentações desde músicas tradicionais indígenas a Aquarela do Brasil. Queremos mostrar que as culturas estão integradas e que o brasileiro é um povo só”, destaca.
José diz que para os indígenas é um momento ímpar. “Vamos levar o nosso Estado para o mundo e isso é muito gratificante. Queremos mostrar a importância do nosso Estado para o resto do Brasil e para que o mundo conheça nossas tradições”, destaca.
O grupo fará cinco apresentações nos maiores pontos culturais do Rio de Janeiro.
Artesanato
O Grupo Guaté é conhecido pelo artesanato em Dourados. Do talo do capim de brachiária eles levam esperança para homens e mulheres indígenas de Dourados. O produto, vira a principal matéria-prima para a produção de peças e acessórios. Alguns poderão ser comercializados para turistas. O capim utilizado apenas na arte da cultura indígena de Dourados é a aposta para evidenciar o trabalho da Reserva Brasil a fora.