23/07/2014 08h27
O Conselho Federal de Medicina (CFM) reiterou seu apoio ao projeto Saúde + 10, que prevê o aumento da vinculação de repasses da União para o financiamento da rede pública no país.
A confirmação do engajamento a esta proposta ocorreu durante a inauguração do Comitê Central da campanha do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos.
Na solenidade, realizada em São Paulo, o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, discursou em nome de todas as entidades e grupos da sociedade civil organizada que têm apoiado à proposta e que ajudaram a juntar mais de dois milhões de assinaturas que viabilizaram o projeto de iniciativa popular sobre o tema.
“A saúde passa por um momento de crise profunda. Precisamos de mais recursos e também de melhor gestão para tornar o SUS uma realidade”, enfatizou d’Avila.
Em sua participação, ele lembrou que a grande maioria dos 400 mil médicos querem mudança na forma de fazer política no Brasil e esperam contribuir para esta renovação ocorra.
“Cada um tem o direito de expressar sua posição ideológica. No entanto, as pesquisas mostram que a população exige mudanças na gestão pública”, lembrou.
Roberto d’Avila ressaltou que seu posicionamento é de caráter pessoal, mas recomendou aos colegas que evitem apoio a lideranças ou políticos que não expressem compromisso com a saúde e que tenham optado pelo caminho de tornar o médico culpado pelos numerosos problemas na assistência.
Acompanhado pela sua vice, Marina Silva, o ex-governador Eduardo Campos elogiou o posicionamento do presidente do CFM e assumiu o compromisso de, se eleito, discutir pontos importantes para a gestão da saúde no Brasil.
Segundo ele, há dinheiro no Orçamento da União para melhorar o investimento na assistência, como quer o movimento Saúde + 10.
Outras metas são a criação de uma carreira pública para o médico do SUS e o estabelecimento de canais de diálogo com as entidades representativas da categoria para encontrar respostas aos problemas que afligem o atendimento e o ensino médico.
"Vamos fazer uma política pública com os médicos, respeitando os direitos", disse. "É dizer sim à saúde, e não ao desperdício, à corrupção", acrescentou.
Em seu discurso, Campos voltou a criticar o Mais Médicos, uma das bandeiras do atual Governo. "Nunca imaginei que era possível fazer uma política pública de saúde criminalizando os médicos ou jogando o povo contra os médicos brasileiros.
Vamos fazer uma política pública com os médicos, com todos os profissionais de saúde, formando brasileiros no interior do Brasil para cuidar dos brasileiros; ampliando, nas universidades públicas, a formação, não só na graduação, mas nas especialidades que o Brasil precisa.
E em debate com suas entidades, respeitando o que há de organizado, e não impondo à sociedade, como se faz quando os governos não acreditam no diálogo." (Conselho Federal de Medicina)