Dourados
24/07/2014 14h51 - Atualizado em 24/07/2014 14h51
Flávio Verão
Os professores da rede municipal de ensino em Dourados intensificaram os protestos e nesta quinta-feira passaram a acampar em frente a prefeitura. Nem mesmo o frio foi capaz de enfraquecer a categoria que chegou no Centro de Administração Municipal (CAM) por volta das 7h30 e por lá permanece o dia todo, com apitaço. Foi servido almoço aos centenas de grevistas que estavam no local e eles prometem continuar com o manifesto até conseguirem uma reunião com o prefeito Murilo Zauith.
Hoje, a Secretaria de Educação reconheceu a legalidade da greve dos servidores, em paralisação há 10 dias. Havia a alegação que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Simted) não teria comunicado antecipadamente a greve, no entanto, a Secretaria confirmou que ocorreu o comunicado, conforme determina a lei. Com isso, as declarações dadas pela secretária Marinisa Misoguchi, de cortar o salário dos grevistas e de contratar professores temporários no lugar deles, está descartado. "Houve um desencontro de informações internamente e de fato a greve foi comunicada", disse a secretária por telefone.
Com apitos e cornetas, os professores fazem bastante barulho em frente a prefeitura e chamam a atenção de quem passa pelo local. "Queremos diálogo com o prefeito Murilo, para isso, ele tem que nos receber. A greve é nossa, mas a culpa é da administração que não atende a categoria", diz João Vanderley Azevedo, presidente do Simted.
O prefeito está no Paraguai com uma comitiva de empresários local na missão "Dourados-Assunção", numa tentativa de estreitar relacionamentos e negócios comerciais. Porém, há informação de que ainda hoje, no início da noite, o prefeito retorna à cidade. "A partir de agora vamos pressionar até conseguirmos falar com o prefeito", ressaltou João Vanderley. Hoje mesmo a categoria almoçou em frente a prefeitura e tomou chimarrão para espantar o frio. "O protesto vai continuar", concluiu.
AulasGrande parte das escolas municipais em Dourados segue sem aula. Na ativa estão apenas os professores contratados, que representam cerca de 700 dos 1900 do total, segundo estimativas do Simted. O número maior de contratados está nos Centros de Educação Infantil (Ceims), com isso, parte deles funciona normalmente.
A queda de braço entre o Simted e a prefeitura está num acordo formalizado em abril deste ano onde havia sido decidido a implantação do piso nacional de R$ 1697,00 para uma carga horária de 40 horas. Contudo, a categoria reivindica uma política municipal de valorização que eleve gradualmente, em quatro anos, este valor para uma carga horária de 20 horas, como já se aplica em Campo Grande.
