Dourados
25/07/2014 10h12 - Atualizado em 25/07/2014 10h12
Primeiras baixas foram notadas na campanha do deputado federal Reinaldo Azambuja, a partir do recuo da deputada estadual Dione Hashioka e da ex-vereadora de Campo Grande, Tereza Name
Willams Araújo
Novas desistências registradas esta semana no TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) devem abalar a estrutura das alianças partidárias em plena campanha eleitoral, atingindo em cheio dois dos principais candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul.
As primeiras baixas foram notadas há duas semanas na campanha do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), da coligação Novo Tempo (PSDB, PPS, PSD, DEM, PMN, Solidariedade) a partir do recuo da deputada estadual Dione Hashioka (PSDB) e da ex-vereadora de Campo Grande, Tereza Name (PSD).
Desta vez, o prejuízo deve recair na campanha do ex-prefeito Nelsinho Trad, da coligação MS Cada Vez Melhor (PMDB, PSB, PT do B, PSC, PHS, PRB, PRTB, PTN e PEN), que ficou sem dois puxadores de voto com as desistências dos vereadores Vanderley Cabeludo (PMDB) e Mário Cesar (PMDB), presidente da Câmara de Campo Grande.
À imprensa, Cabeludo garantiu que decidiu adiar seu projeto político por conta da falta de dinheiro para tocar sua campanha, o que realmente foi confirmado por candidatos a cargos proporcionais que participaram de reunião na última quarta-feira com o governador André Puccinelli (PMDB).
“Foram prometidos para os candidatos a deputado estadual R$ 2 mil agora em julho, R$ 3 mil em agosto e R$ 5 mil em setembro. Realmente, é pouco se levado em consideração os custos de uma campanha”, revelou um aliado da coligação que pediu para não ser identificado.
Para analistas, o fato é que seja por falta de dinheiro ou por outros motivos, essas desistências aos cargos proporcionais (Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados) acabam refletindo diretamente nas campanhas majoritárias, que precisam do maior número de votos possível para conquistar o governo.
“Uma campanha dessa tem que ir e ganhar, não vou só para fazer legenda. Tinha possibilidade de ganhar, tenho eleitores em Mato Grosso do Sul. Mas não tenho grana, aí é difícil”, desabafou Cabeludo em entrevista ontem.
Antes disso, Mário Cesar havia anunciado no fim de junho que não iria mais concorrer a uma vaga na Assembleia porque, segundo ele, recebeu apoio dos colegas para continuar por mais dois anos à frente do comando da Câmara da Capital.
Novo tempo
Há dias, Dione Hashioka (PSDB) comunicou que não iria mais concorrer à reeleição alegando motivos semelhantes. Nesse caso, a tucana alegou que não quis se opor ao projeto do marido, o prefeito de Nova Andradina, Roberto Hashioka, que embora seja filiado ao PMDB também faz campanha para Delcídio na região.
Apesar disso, o comando da campanha de Reinaldo Azambuja não considera a desistência de Dione Hashioka como uma baixa na coligação Novo Tempo pelo fato de ela não ter registrado candidatura no TRE.
No caso de Tereza Name, a alegação é que ela desistiu para não atrapalhar os planos do presidente da Assembleia, Jerson Domingos (PMDB), de quem é irmã, que faz campanha para o candidato do PT ao governo do Estado, senador Delcídio do Amaral, da coligação MS com a Força de Todos (PT, PR, PDT, PSL, PSDC, PV, PROS, PC do B, PTB, PTC, PPL e PRP), único que ainda não foi afetado por esse motivo.
Recordista nas eleições municipais de 2.000, quando se elegeu vereadora em Campo Grande com mais de 10 mil votos, Tereza Name não quis dar detalhares sobre o assunto.
Em conversa com repórteres que fazem a cobertura diária da Assembleia, Jerson assegurou que sua irmã desistiu para não contrariar o cunhado Pedro Chaves, (PSC), primeiro suplente de senador e que pode assumir o cargo na eventualidade de vitória de Delcídio nas eleições para o governo.
