Dourados
22/08/2014 09h24 - Atualizado em 22/08/2014 09h24
Estudantes fazem manifesto na praça Antônio João e seguem em marcha para sede da reitoria da UFGD
fotos - Cido Costa
fotos no campus: Evandro Santos Pinheiro (UFGD)
Redação Douradosagora
Acadêmicos de vários cursos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que apoiam o movimento pela implantação urgente de um ambulatório médico no campus, estão mobilizados no centro de Dourados de onde seguem em marcha para a sede da reitoria que fica no campus I, região central da cidade.
Segundo o estudante de mestrado Dagon Ribeiro, o protesto que inicia na praça e terá caminhada até a unidade I da UFGD, é uma forma de pressionar as autoridades que participarão de uma reunião programada para a próxima terça-feira, às 19h30, no auditório da unidade I e mostrar para a sociedade a luta dos alunos. “Muita gente que estuda lá são filhos, cônjuges de gente que trabalha aqui na cidade. Queremos mostrar pra sociedade o motivo de nossa luta. Não pode ficar restrita ao campus”, disse.
Ribeiro afirma que os alunos não querem que burocracia alguma atrapalhe a ação efetiva e imediata das autoridades em estabelecer um ponto de atendimento ambulatorial ou de emergência na ‘Cidade Universitária’.
“Tem toda uma história que vem muito antes da morte do Anacleto e não queremos esperar. Já temos esse posicionamento da reunião, mas nosso manifesto já estava programado, então estamos reforçando o que queremos que aconteça”, disse.
Segundo o mestrando, a manifestação é de alunos da Uems e UFGD e não está vinculada ao DCE. “Somos um movimento estudantil da Cidade Universitária”, disse. Pelo menos 200 alunos participam do ato.
A urgente implantação do ambulatório vem à tona após a morte do estudante Anacleto Tamporoski, de 60 anos, noticiada pelo Douradosagora.
Segundo nota da assessoria da Universidade Federal, a Administração Central da Universidade decidiu implantar imediatamente o Posto de Primeiros Socorros, em espaço provisório, com início de funcionamento para os próximos dez dias. Mas, os estudantes decidiram intensificar o manifesto para pressionar a reitoria a tomar medidas imediatas.
Anteontem, os estudantes esvaziaram salas de aula no campus e, empunhando cruzes e cartazes, fizeram um manifesto no campus. Em entrevista ao Douradosagora, a acadêmica Lucimara Radel, do segundo semestre de Psicologia, conta que acompanhou a tentativa de socorro ao aluno que morreu em sala de aula. "Estão dizendo que ele [Anacleto] foi vítima de um ataque cardíaco fulminante, mas o estudante agonizou por quase uma hora; os colegas ficaram fazendo massagem cardíaca, o socorro demorou para chegar e foi tarde demais", disse.
Conforme noticiado pelo Douradosagora, o estudante do curso de Ciências Sociais, Anacleto Tamporoski, morreu ontem, dentro da sala de aula. Conforme familiares, ele sofria de cardiopatia crônica. Mas, segundo enfatiza Lucimara Radel, se houvesse um ambulatório no campus, provavelmente Anacleto estaria vivo. "Ele poderia ser socorrido na hora e sobrevivido", desabafa a universitária que acompanhou tudo.
Após os primeiros socorros prestados pelos estudantes, o médico e diretor da Faculdade de Ciências da Saúde da UFGD, Julio Croda, realizou massagens cardíacas e respiração boca a boca no acadêmico e, posteriormente, com a chegada do Samu e Corpo de Bombeiros, novos procedimentos foram realizados, com aplicação de medicamento intravenoso e entubamento do paciente, que já estava sem pulsação central e reflexo fotomotor. O atendimento foi encerrado 30 minutos depois, sem sucesso, informou a assessoria da UFGD.
Em nota, a UFGD diz que a implantação de um "Posto de Primeiros Socorros" na Cidade Universitária de Dourados é uma importante demanda da comunidade acadêmica, manifestada nos espaços de representação e debate da UFGD e já reconhecida pela Administração da Universidade.
"Previstas como uma das principais prioridades no Plano de Desenvolvimento Institucional, as ações para implantação do serviço já estão em andamento, visando proporcionar estrutura e pessoal para os primeiros socorros e avaliação inicial do paciente, realizando, posteriormente e se necessário, o acionamento de transporte especializado para condução até uma Unidade de Atendimento Médico/Hospitalar mais próxima, para procedimentos mais complexos. As ações, em parceria com o Hospital Universitário, para destinação de seis enfermeiros/técnicos de enfermagem que atuarão no Posto já estão adiantadas, aguardando a conclusão das obras do Centro de Convivência, onde o serviço será instalado em definitivo até o final deste ano", diz a assessoria da UFGD.
