Dourados
09/09/2014 08h19 - Atualizado em 09/09/2014 08h19
Quantitativo baixo demonstra que as eleições em Dourados estão tranquilas, diz o juiz eleitoral Lúcio Silveira
Flávio Verão
Os canteiros centrais em Dourados nunca são tão disputados como em período de campanha política. O município ganha fama em Mato Grosso do Sul como a ‘cidade dos cavaletes’, com tantas placas espalhadas pelas principais ruas e avenidas.
Nem Campo Grande, quatro vezes maior que Dourados, tem tanta propaganda política espalhada pelas ruas. Com a disputa acirrada, a justiça eleitoral começou a agir e 15 cavaletes foram apreendidos por irregularidade.
De acordo com o juiz da 43ª Zona Eleitoral, Lúcio Silveira, o trabalho de fiscalização de propagandas eleitorais podem ser feitas por qualquer pessoa. "Encontrando alguma irregularidade basta entrar em contato com os cartórios eleitorais da cidade que a denúncia será investigada", diz o juiz, que considera as eleições tranquilas. Dourados tem duas zonas eleitorais. A 18ª é de responsabilidade da juíza Marilza Aparecida da Silva Baptista.
A lei eleitoral permite a colocação de cavaletes, cartazes e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. O juiz alerta que, porém, deve ser respeitado o horário para esse tipo de divulgação, que deve ser feito somente entre 6h e 22 horas.
No entanto, a diversidade de tamanho e cores dos cavaletes incomodam os motoristas que reclamam da quantidade de placas nos cruzamentos e canteiros centrais da cidade. “Vejo tudo isso como poluição visual exagerada. Fica feio para Dourados. Por onde se olha, a gente vê essas placas em excesso”, diz o vendedor Vinicius Alves. O colega de trabalho dele, Ronaldo Prado, questiona esse tipo de mídia. "Penso que isso não deveria nem existir", opina.
O juiz lembra ainda que os cavaletes não podem atrapalhar o trânsito de veículos e pedestres. As principais avenidas que estão tomadas de cavaletes em Dourados são a Marcelino Pires e a Presidente Vargas, mas de acordo com o magistrado, os candidatos têm respeitado as regras. A multa para instalação de cavaletes irregulares vai de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Por causa da grande concorrência de candidatos no estado, que de diferentes cidades trazem cavaletes a Dourados, vandalismo contra as placas virou rotina na cidade. O deputado federal Marçal Filho, candidato a reeleição, e sua esposa Keliana Fernandes, candidata a deputada estadual, postaram foto na rede social facebook criticando a destruição do cavalete com a imagem do casal. "Vandalismo de oposição é algo baixo e demonstra covardia", postou Keliana em sua página na internet.
Morador em Dourados há 46 anos, o aposentado Renato Teixeira, de 68 anos, “não é a favor nem contra”, mas acredita que a propaganda está passando dos limites. “Se voltasse os santinhos seria melhor”, opinou ele. "Os candidatos deveriam ir mais nas casas das pessoas, não somente para pedir voto, como também, depois de eleito, retornar para ouvir os eleitores", finalizou.
