18/09/2014 07h48 - Atualizado em 18/09/2014 07h48

PM aborta motim na Phac; Comissão alerta para risco iminente

Douradosagora

A polícia controlou um princípio de rebelião na Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorin Costa (PHAC), em Dourados. Cerca de 150 presos do raio 1 se amotinaram durante uma inspeção, na noite passada. O motim foi dissolvido com a chegada de militares do Grupo Especializado Tático Motorizado (Getam) e da Força Tática. Conforme informações, a revolta foi motivada por conta da suposta transferência de presos de uma ala para o raio 1, onde ocorreu o motim.

Conforme noticiou o Douradosagora, no ano passado, um plano de rebelião em massa no Presídio de Dourados (Phac) teria como alvo a população do município. A denúncia foi feita por detentos às comissões de Direitos Humanos e dos Advogados criminalistas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Dourados.

De acordo com informações de dentro do presídio, existiria uma organização, inclusive com ordens de facções criminosas em outros estados, destinada a detonar uma onda de crimes em série e violentos, como latrocínios e roubos. A medida, que segundo as comissões da OAB, seria aplicada a qualquer momento é uma forma de retaliação às autoridades pela superlotação e “maus tratos” denunciados pelos detentos. Com estrutura precária e falta de agentes, a Phac é considerada um ‘barril de pólvora’ pronto para estourar a qualquer momento. A informação foi repassada em setembro passado, pelo advogado Márcio Fortini, da Comissão de Direitos Humanos da OAB.

À época, ele disse que, se nada fosse feito pelas autoridades, a cidade de Dourados poderia registrar um “colapso sangrento” dentro e fora dos presídios. “O clima é tenso e ameaças de mortes são constantes. Muitos presos que não compactuam com o plano estão com medo de pagar com a vida. O mesmo poderá acontecer com agentes, que estão em número muito aquém do que é recomendado para garantir a segurança no local”, mencionou.

De acordo com a Comissão, presos de altíssima periculosidade estão com acesso fácil ao “mundo externo” e articulando planos de rebeliões através de telefones celulares em perfeito funcionamento e que chegam facilmente às mãos dos internos.

Em Dourados são cerca de 15 agentes por plantão para cuidar de uma população carcerária de mais de 1,8 mil, quando a capacidade da Phac é de 700 presos. Três policiais militares fazem revezamentos na muralha da Phac. O presidente da OAB em Dourados, Felipe Azuma, encaminhou vários alertas para as autoridades competentes e o MPF já se manifestou recomendando ao estado que aumente as vagas nos presídios, o que não ocorreu até o momento.