Dourados
25/09/2014 07h40 - Atualizado em 25/09/2014 07h40
A ala B da Unidade Educacional de Internação (Unei) Dom Bosco passou por uma vistoria técnica realizada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, acompanhado da equipe composta pelo titular da SAS (Superintendência de Assistência Socioeducativa), Rubens Grandini, pelo diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), coronel Deusdete Oliveira Filho e pela juíza Katy Braun do Prado, substituta da Vara da Infância e da Juventude de Campo Grande.
Localizada na BR-262, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande, a Unidade teve o pavilhão B totalmente destruído, durante uma rebelião com tentativa de fuga ocorrida em março deste ano. No motim, os vinte e três internos que estavam no local quebraram todos os alojamentos, oito no total, instalações elétricas e hidráulicas, grades, camas, a área de convivência e atearam fogo nos colchões, por eles utilizados.
Todos os alojamentos foram reconstruídos pela Agepen, que investiu na reforma mais de R$ 50 mil. Segundo o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, os valores seriam bem maiores, no caso de contratação de empresa terceirizada. “Nós conseguimos fazer a reforma a um custo bem mais baixo, porque utilizamos mão de obra dos internos da Agepen, que é um dos itens que mais encarecem qualquer obra”, explica o coronel Oliveira.
De acordo com Rubens Grandini, superintendente da SAS, em sete anos e meio já foram gastos pelo Governo do Estado, mais de R$ 500 mil em reformas, somente na UNEI Dom Bosco, sendo todas feitas após rebeliões. “A última que realizamos iniciou em 2010 e foi concluída em 2011, sendo também a mais cara, que custou aos cofres públicos R$ 400 mil”, afirma Grandini.
Grandini lembra que se não fosse a colaboração da Agepen, seria muito difícil reformar a Unidade este ano, tanto pela complexidade e demora que exige um processo de licitação, quanto pelos custos, que ficariam em torno de R$ 200 mil. Os detentos trabalham sob vigilância de agentes penitenciários e supervisionados pelo mestre de obras da Agepen, Paulino Medina Ramires, que garante, a qualidade e o acabamento da reforma são de primeira. “São pessoas que tem histórico anterior na construção civil e que também fizeram cursos no sistema penitenciário”, diz.
Mais segurança
Após vistoria minuciosa, a obra passou pelo crivo da juíza Katy Braun e do secretário Wantuir Jacini. “A nossa maior preocupação é com a segurança, tanto dos internos, como dos servidores e vemos que foi um dos itens que mais recebeu atenção da Agepen durante a reforma, estou satisfeito com o resultado”, destacou o secretário de Justiça e Segurança.
“Antes da reforma nós tínhamos muitos problemas com fiações elétricas, que vejo, foram todos solucionados. Outro ponto importante é a instalação de câmeras de monitoramento nos corredores dos alojamentos, que trazem mais tranqüilidade e segurança para todos”, afirma a juíza Katy Braun.
Segundo o diretor da UNEI Dom Bosco, Jean Gouveia, além de pintura, reparos nas paredes, as instalações elétricas e hidráulicas foram refeitas e também reforçada a segurança dos alojamentos. “Foram trocados e reforçados todos os ferrolhos e grades da ala B, que tem capacidade total para vinte e quatro adolescentes”, diz Gouveia.
O diretor da Unidade lembra ainda que além da mão de obra, a Agepen ainda forneceu todo o material para a reforma, que durou cerca de três semanas para ser concluída. Durante esse período os internos da UNEI Dom Bosco foram transferidos para outros municípios, entre eles Dourados e Corumbá. “Graças essa ajuda de pai vinda da Agepen, nós conseguimos resolver o problema criado pelos internos e normalizar já a partir de hoje, o atendimento aos adolescentes em conflito com as leis”, conclui o diretor Jean Gouveia.
Colchões para os vinte e quatro internos da ala B e cadeados para todas as celas, também foram doados pela Agepen à UNEI Dom Bosco.
Apresentação cultural
Durante a vistoria técnica, a equipe da Sejusp e a juíza Katy Braun, assistiram a apresentação do espetáculo Tekoha, que significa ritual de vida e morte do Deus Pequeno, apresentado pelo grupo Teatro Imaginário Maracangalha, com apoio da Fundação de Cultura, aos visitantes e aos internos da UNEI Dom Bosco.
