29/09/2014 07h13 - Atualizado em 29/09/2014 07h13
Bancários de Dourados e região anunciam greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. A paralisação foi aprovada em assembleia na terça-feira passada. Hoje, a categoria se reúne às 18h, para organizar o movimento e, se houver outra contraproposta, o movimento deverá ser reavaliado.
“Temos obrigação de respeitar todos os prazos da lei e, é o que estamos fazendo, para que os bancários possam exercer seu direito de greve sem serem ameaçados com demissões, por exemplo", explica o presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Dourados e Região, Janes Estigarribia.
A proposta dos bancos de reajuste de 7% sobre todas as verbas e 7,5% sobre o piso foi rejeitada pela maioria absoluta dos bancários presentes (recebeu apenas três votos). As reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, fim das metas abusivas, assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades foram ignoradas pelos bancos.
Segundo Estigarribia, os bancos podem resolver a campanha salarial na mesa de negociação. O que falta é boa vontade. "As empresas têm lucros extraordinários, em 2013 foram quase R$ 60 bilhões e, só no primeiro semestre de 2014, Bradesco, Itaú e Santander, lucraram juntos R$ 19,7 bilhões. No entanto, ambos fecharam 3.686 postos de trabalho no mesmo período, andando na contramão da economia brasileira que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada, diz.
A aprovação da greve segue orientação do Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, que avaliou como "insuficientes" as propostas da Fenaban e dos bancos públicos.
Os bancários reivindicam 12,5% de reajuste, piso de R$ 2.979,25 e aumento maior para os vales refeição, alimentação e auxílio-creche/babá. Sem solução para essas outras questões fundamentais, como o fim das dispensas imotivadas, da cobrança absurda por metas, ampliação dos itens do projeto piloto de segurança para todo o Brasil, e igualdade de oportunidades na ascensão profissional, os bancários decidiram parar.