07/01/2015 07h10 - Atualizado em 07/01/2015 07h10
Área aos fundos do Jardim Santa Fé se transformou num verdadeiro lixão a céu aberto em Dourados
Flávio Verão
O bairro Santa Fé, região de loteamentos que mais se desenvolveu nos últimos anos em Dourados, sofre com um dos grandes problemas da atualidade, lixão a céu aberto. Até caminhões caçamba têm despejado entulhos de resto de construção no local, mas é a população em geral e jardineiros que jogam de tudo um pouco como galhos, animais mortos, mobílias em desuso. Toda a sujeira é encontrada bem ao fundo dos bairros Santa Fé e Monte Carlo, próximo ao anel viário.
De longe é fácil perceber as montanhas de entulhos com mais de dois metros de altura. O problema se repete em diferentes pontos dos bairros, que margeiam a rodovia.
O pedreiro João Batista da Silva já presenciou carroceiros, camionetes e até caminhão despejando lixo no bairro. Ele trabalha no Santa Fé há dois meses, na construção de uma casa, e diz que os entulhos são jogados entre o final de tarde e início da noite. "Como você pode ver o bairro é pouco movimentado, o que facilita as pessoas virem aqui jogar lixo. Tudo é feito muito rápido", conta o pedreiro.
A falta de conscientização ambiental da população somada a falta de locais para o descarte correto de dejetos são os principais problemas em todo o país e em Dourados não é diferente. A cidade possui três locais destinado a descarte, os ecopontos, porém eles apenas recebem materiais de jardinagem como galhos. Há também um local para destino de pneus. O município chegou a ter por um curto período um ecoponto para o recebi-mento de lixo eletrônico, como televisão, computador, pilhas e lâmpadas, porém o trabalho não foi levado a sério, sendo extinto.
Há mais de uma década o município tentou implantar um ecoponto para o recebimento de entulhos e mobílias, principal problema da cidade, mas também não vingou. Segundo o secretário de Meio Ambiente Rogério Yuri Farias Kintschev, não cabe ao município esse tipo de responsabilidade, recolher entulhos, mas sim a iniciativa privada, com o serviço ‘papa entulho’, recolhido por meio de caçambas. "Os dejetos de construção têm destino correto. Há inclusive uma usina na cidade que recicla esses entulhos", diz o secretário.
Jogar lixo em área pública e em terrenos particulares é crime. No bairro Santa Fé, equipe da Secretaria de Serviços Urbanos retirou há pouco mais de duas semanas galhos e troncos de árvores do local. "Os morros de entulhos com mais de dois metros de altura foram formados por máquinas que juntaram parte do lixo", explica o secretário. "A equipe do Serviços Urbanos dará o destino correto de todos esses dejetos", garantiu o secretário de meio ambiente, também responsável pela fiscalização de lixões no município.
Ecopontos
Dourados possui quatro locais para o descarte correto de lixo -, sendo três destinados ao recebimento de galhos e um de pneus. Os ecopontos de galhos estão em regiões diferentes da cidade. O maior e mais antigo está localizado na rua Honduras, no Parque das Nações I, às margens da BR-163. Há no local, inclusive, projeto de trituração dos galhos para transformação em adubo. O Parque do Lago II também tem ecoponto de galho, localizado no cruza-mento das ruas Lindalva Ferreira e Sérgio Melgarejo. O outro ecoponto fica na rua Projetada 3 com o corredor II, na Cohab. O ecoponto de pneus está localizado nas imediações da BR-163, próximo ao trevo da Bandeira, da Hayel Bon Faker.
Embora não seja considerado um ecoponto, a Agecold (Associação dos Agentes Ecológicos de Dourados) recebe materiais recicláveis, para encaminhar ao destino correto. Os interessados podem enviar ao local materiais como papelão, plástico, garrafas pet, alumínio. O endereço é rua Pedro Rigotti, 1.461, aos fundos do Parque Arnulpho Fioravante.