Dourados
15/10/2014 08h36 - Atualizado em 15/10/2014 08h36
A sala de aula muitas vezes pode ser encarada como um campo de batalha e o professor precisa ter muita dedicação e paciência.
Jamilye Depieri
Hoje é comemorado o Dia do Professor. E quando o assunto em destaque é o profissional de educação, é preciso lembrar que a cada ano que passa, o desafio de lecionar aumenta. A sala de aula muitas vezes pode ser encarada como um campo de batalha e o professor precisa ter muita dedicação e paciência. E apesar das dificuldades, ensinar é um sonho realizado para muitos deles.
Para a professora douradense Deumeires Rodrigues de Morais, que tem 27 anos de profissão, não é diferente. O maior desafio hoje é conseguir atrair a atenção dos alunos diante de tanto acesso à informação, através das tecnologias. “Mesmo na função de diretora de uma escola, eu não posso perder minha essência como professora e procuro trabalhar de forma a atender todos os alunos, lutando por uma educação pública de qualidade e valorizando os profissionais da educação”, disse ao Douradosagora.
“Acredito que a educação em Dourados, assim como em todo o Brasil, está avançando a passos lentos, porém com o trabalho árduo dos educadores em conjunto com as comunidades escolares, mesmo diante de todas as adversidades, os estudantes têm mostrado bons resultados como o crescimento nos índices do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica)”, afirmou Deumeires.
De acordo com a professora, a sala de aula sempre foi um campo de batalha no sentido de humanizar o processo de aprendizagem, de conquistar a atenção dos alunos e alcançar os objetivos do projeto político pedagógico da escola. “Em meio às situações de violência, carência afetiva, maus tratos, falta de recursos financeiros e outros tantos problemas encontrados nas salas de aula, o professor ainda é o referencial e a peça fundamental na transformação do meio em que vivemos”, enfatizou.
EDUCAÇÃO INFANTIL
Mas para a professora com a carreira iniciada há apenas dois anos, Michelle de Oliveira Bonilha de 33 anos, o maior desafio hoje é educar para ensinar. “A criança vem de casa com a sua cultura, com a sua bagagem familiar e o professor precisa ter a destreza para levar as crianças para o mundo escolar. É nesta iniciação que nós, educadores, conseguimos moldar as crianças para o futuro”, disse ao Douradosagora.
“Escolhi a pedagogia, pois a base escolar é essencial e muito importante. É gratificante como professora, ver as mãozinhas que mal sabem pegar no lápis, escrevendo o nome pela primeira vez”, afirmou Michelle. Para os professores, que trabalham pensando no futuro, o grande objetivo é formar cidadãos conscientes e críticos, para que sejam agentes transformadores em uma sociedade.
PESQUISA
Uma Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis), da Organização para a Cooperação (OCDE), divulgada este ano, mostrou que são muitos os desafios a serem vencidos pelos professores do ensino básico. Quase 90% dos professores brasileiros acreditam que a profissão não é valorizada na sociedade. Mesmo assim, a maioria (87%) sente-se realizada com o trabalho. Também, segundo a pesquisa, 20% do tempo em sala de aula são usados para controlar o comportamento dos alunos.
A formação é fator relevante quando se fala da carreira de professor. Os dados do Censo da Educação Superior mostram que, em 2013, os formandos em licenciaturas foram 201.353. O número vem caindo desde 2011, quando foram registrados 238.107 concluintes no grau acadêmico. Em 2012, foram 223.892. O número era 145.859 em 2003 e atingiu o pico dos últimos dez anos em 2009, com 241.536 concluintes em licenciaturas.
