22/10/2014 16h16 - Atualizado em 22/10/2014 16h16

Programas espiões ajudam os pais a vigiarem os filhos na internet

Flávio Verão

O universo da internet possibilita o acesso rápido a todo tipo de conteúdo para diversas faixas etárias, leva a informação de imediato para todos os cantos do mundo, sendo uma excelente ferramenta de auxílio para a educação. Utilizada com responsabilidade, a web pode agregar conhecimentos e também provocar uma série de prejuízos. Hoje, crianças que ainda nem sabem ler, já ganham celulares e tabletes. É a troca do brinquedo tradicional como carrinho e boneca por eletrônicos, muitas vezes, com acesso à internet. É aí que pode aparecer o perigo e caso os pais não estejam atentos no que os filhos veem no mundo virtual podem ser surpreendidos depois com informações ‘bombásticas’.

Com a ajuda de programas para computador e celulares, pais têm vigiado os passos dos filhos na internet. De acordo com o analista de sistemas e professor de segurança das informações Glauco Aurélio Silva, há programas no mercado que podem auxiliar os pais nessa tarefa. Segundo ele, há programas gratuitos para baixar, porém recomenda que os mais seguros são os pagos.

Evoluir tecnologicamente é uma das principais missões que os pais devem ter. De acordo com Glauco, o pai ou mãe conectado em rede social pode adicionar o filho e acompanhar os passos dele através das postagens e comentários. “Por aí já tem uma base daquilo que o filho se identifica”, resume o analista de sistemas, acrescentando a necessidade dos pais também conhecerem as redes sociais disponíveis no mercado.

Vigiar o computador é mais fácil, diferentemente do celular, segundo o especialista. Programas como FlexiSpy e Mspy (ambos pagos) são capazes registrar tudo desde histórico de chamadas, mensagens de texto, conversas no WhatsApp, até e-mails e o que foi teclado. O Mspy para computador custa a partir de R$ 44,99 (mensal) e celular R$ 89,95 (mensal), com pacote que diferencia o preço de acordo com o período adquirido. Já o Flexispy tem custo anual a partir de R$ 149.

Esses aplicativos, segundo Glauco, enviam informações por e-mail de tudo o que foi vigiado, diferentemente dos programas gratuitos onde as informações vão para um site e com o login e senha a pessoa confere as informações do computador vigiado. “É um risco maior porque as informações ficam sob o poder desse site”, explica Glauco.

Mas para que o programa de espião funcione em celulares, é necessário que o aparelho seja levado a uma assistência técnica confiável para a instalação. Segundo o analista de sistemas, isso deve ser feito para que o programa continue espionando WhatsApp, Facebook, entre outros, após atualizações dos programas.

Ainda de acordo com Glauco, o próprio computador Windows vem com a ferramenta “Controles dos Pais” para ajudar a gerenciar o modo como as crianças usam a máquina. Nele, os pais podem definir limites para a quantidade de horas de uso do computador, os tipos de jogos que podem jogar e os programas que podem executar, além de sites com faixa etária adequada. A diferença é que essa ferramenta não tem acesso a conversas de bate-papo.

Um contador que pediu para não ter o nome divulgado disse que instalou um 'espião' no comportador do filho de 15 anos. "Fiz isso porque ele tinha computador no quarto e no período da noite se trancava. Tinha dias que ele saía, mas logo voltava. Fiquei desconfiado e com a instalação do programa fiquei sabendo que ele tinha contato com usuários de drogas", disse o pai. "Fiquei revoltado, pois constatei que ele utilizava maconha, mas com a ajuda da minha esposa e dele mesmo vencemos essa batalha contra as drogas".

O contador disse que instalou o programa após a recomendação de um amigo, cientista da computação. "Paguei pelo programa por 30 dias, mas na primeira semana de instalado já descobri o que precisava", finalizou o pai, que decidiu deixar o computador na sala.