Dourados
23/10/2014 07h35 - Atualizado em 23/10/2014 07h35
O público do 11º Festival de Cinema do Vale do Ivinhema assistiu, no último domingo, no Cinema da Fundação Nelito Câmara, o Cinelito, a uma exibição do clássico filme “Alma do Brasil”, acompanhado da Orquestra Filarmônica Jovem do Pantanal. O maestro Eduardo Martinelli foi o regente da orquestra.
O filme de Líbero Luxardo, de 1931, retrata de maneira épica o episódio da Retirada da Laguna e é considerado o primeiro expoente do cinema feito nas terras onde hoje é o Mato Grosso do Sul. Na obra, é possível encontrar vários elementos que se firmaram como símbolos do Estado, como o costume do tereré e a indumentária do homem fronteiriço e pantaneiro.
Para acompanhar o filme mudo, o maestro Martinelli criou em um arranjo único uma coletânea de músicas da fronteira com a composição original de Guerra Peixe, feita para o “Alma do Brasil”. Ligadas pelo forte violão do maestro, uma Orquestra segura executou o repertório que vive no imaginário sul-mato-grossense, com ícones como “Recuerdos de Ypacaraí”, de Demétrio Ortiz e “Saudade”, de Mário Palmério.
A experiência aconteceu na abertura do Festival de Cinema de Ivinhema, que nesta edição discute os 150 anos de início da Guerra do Paraguai e homenageia o compositor Paulo Simões. Antes da exibição, a apresentadora falou sobre as definições de cultura real e cultura oficial, citando Euclides da Cunha, na qual é distinguida entre o que é oficializado e o que é expressão genuína do povo. Em seguida, convidou a plateia a ouvir, sentada, a execução do hino real de Mato Grosso do Sul, projetando na tela um clipe com a música “Sonhos Guaranis”, de Paulo Simões e Almir Sater.
O 11º Festival de Cinema do Vale é realizado pela Fundação Nelito Câmara e foi contemplado com o Fundo de Investimento Cultural, FIC, do Estado de Mato Grosso do Sul. A programação teve início no dia 19 e termina domingo e traz oficinas, apresentações culturais e exibições de curtas e longas metragens.
