Dourados
28/10/2014 08h43
O VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid) terá sede na cidade de Campo Grande (MS), nos dias 5 a 7 de novembro de 2014, nas dependências do Hotel Jandaia, com a organização do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, por intermédio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal em parceria com a Escola Judicial (Ejud-MS).
O evento terá ainda o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), da Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República, do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Instituto Avon.
O evento abordará temas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher e ainda assuntos relacionados, tais como: “feminicídio”, “aborto”, “participação de empresas e institutos no enfrentamento da violência contra a mulher”, “políticas públicas voltadas para a mulher” e “tráfico internacional de mulheres”.
Para discorrer sobre o Tráfico Internacional de Mulheres, foi convidada a Coordenadora-Geral do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), Drª Maria Jaqueline de Souza Leite, Pós-Graduada em Sociologia, pela Universidade Gama Filho de São Paulo, e Bacharel em Relações Internacionais, pelo Centro Universitário Estácio de Sá da Bahia.
É especialista em Direitos Humanos, Direito Internacional, Migração Feminina Internacional, Tráfico de Mulheres e Relações Internacionais.
O Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), organização não governamental, realiza trabalhos voltados para a prevenção ao tráfico internacional de mulheres e a exploração do gênero feminino no desenvolvimento do turismo.
Com 23 anos de experiência, no Brasil e exterior, em coordenação de projetos sociais e pesquisas com grupos, em especial, mulheres jovens e adultas, brasileiras e de outras nacionalidades, a Drª Maria Jaqueline vem desenvolvendo ações que denunciam a condição da mulher vítima de violência, a fim de despertar o reconhecimento pelo poder público da responsabilidade, ante todo o tipo de violação dos direitos civis e humanos das mulheres, de amparar estas vítimas de violência, com políticas públicas que levem em conta as experiências concretas.
Ela dissertou sobre a história do trabalho escravo no decorrer dos anos, suas nuanças e motivações, que vão desde a desigualdade social, desemprego, discriminação de gênero, exclusão social, avançando para a exploração de gênero no desenvolvimento do turismo pela busca de status e autoestima.
A Drª Maria Jaqueline foi quem deu suporte à escritora Glória Perez, na novela da TV Globo, para tratar da questão do tráfico e escravização de mulheres no exterior, o que ajudou a esclarecer à população sobre o modus operandis dessas máfias, estimulando denúncias que resultaram no desbaratamento de quadrilhas e na libertação de muitas brasileiras que vinham sendo mantidas como escravas sexuais no exterior.
Na ocasião, a palestrante realizou workshop com os artistas para conhecerem o assunto, a fim de desempenhar o papel de forma mais real possível. Veja reportagem pelo Youtube (www.youtube.com/watch?v=zC-EG7T_LZM).
Segundo ela, as mulheres sofrem ao se enganar com as propostas de ter uma vida melhor sem conhecer seus direitos, pois a falta de informação é o que leva as mulheres a caírem nas malhas do tráfico.
Sobre tráfico de mulheres, ela considera “uma das mais perversas violências contra a mulher que se pode praticar”. Disse isso com base em suas pesquisas sobre o tema da exploração sexual feminina – em Salvador (BA) e em outros países, como Tailândia e Bolívia.
A palestrante deverá abordar a relação normalmente existente entre a violência doméstica e o tráfico de mulheres em suas mais variadas formas. (Secretaria de Comunicação - [email protected])