03/11/2014 09h42 - Atualizado em 03/11/2014 09h42
O impasse é pela implantação do piso para 20 horas e a inclusão do administrativo no plano de cargos, carreiras e remuneração; assembléia será realizada amanhã no Simted.
Jamilye Depieri
A Prefeitura Municipal de Dourados entrou na última sexta-feira, com um pedido de liminar no Tribunal de Justiça, para que não haja greve dos professores da rede municipal. A informação é do procurador geral do município, Alessandro Lemes Fagundes.
"O Tribunal de Justiça aplicará uma multa de R$ 10 mil ao dia, contra o Sindicato por crime de desobediência. Se tiver greve, 80% dos trabalhadores - entre professores e o administrativo, têm que manter a escola aberta e as aulas precisam ser ministradas", informou ao jornal Douradosagora.
A decisão para a segunda greve deste ano, que deverá começar nesta terça-feira dia 4 de novembro, foi tomada durante assembléia realizada no dia 23 de outubro em Dourados. O objetivo, segundo o Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação, é a implantação do piso para 20 horas e a inclusão do administrativo no plano de cargos, carreiras e remuneração.
O impasse acontece desde abril deste ano. A Prefeitura não cumpriu o acordo firmado no último dia 15 de outubro, após a greve de julho e não está atendendo as reivindicações da categoria. A Secretária de Educação, Marinisia Mizoguchi, já havia informado ao Douradosagora que a maioria dos professores e diretores das escolas municipais não deveriam sacrificar os alunos com um ano letivo até janeiro.
"Essa greve é improcedente. Investimos cerca de 34% de recurso próprio para o pagamento da folha dos professores de Dourados, mesmo a lei falando em 25%. A Prefeitura só poderia aumentar os salários, se os recursos para a educação dobrassem", disse Marinisia. Segundo ela, é preciso resolver esse impasse com cautela e não prejudicar os alunos.
A Escola Joaquim Murtinho, que aderiu a greve de julho, já enviou uma nota aos pais na última sexta-feira. "Acreditamos sim que é preciso lutar por melhorias para a nossa categoria, mas não temos como administrar uma greve neste final de ano, mesmo porque, teremos aulas até o dia 30 de dezembro para cumprir a carga horário do ano letivo", explicou o coordenador pedagógico, Osvaldo Vitor de Souza.
Outras escolas municipais deverão decidir pela greve amanhã, durante assembléia que será realizada novamente no Simted, às 7h. "A categoria precisa definir se vai cumprir ou não esta liminar, que ainda não chegou às nossas mãos. Essa proposição é muito confusa porque na educação isso não tem sentido. Ela é questionável e com certeza, vamos derrubar essa liminar", disse a vice-presidente do Simted, Gleice Barbosa.