Dourados
10/11/2014 08h16 - Atualizado em 10/11/2014 08h16
A Liga Esportiva Douradense de Amadores(Leda) a mais de três decadas, aos poucos vem sendo sucateada. Presidente que não presta contas, eleições fraudulentas, clubes irregulares, assembléias forjadas e ainda um bar vendendo bebida alcóolica no Estádio e funcionando irregularmente ferindo a Lei Pelé e, sendo usado como ponto de jogos de azar, o tunguete, proibido por lei. E tudo isso, pode ter um fim. Ontem, um torcedor do Ubiratan Esporte Clube, o ‘Leão da Fronteira”, protocolou um requerimento no Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, Promotorias de Justiça de Dourados, um requerimento denunciando essas e outras irregularidades.
Willy Henrique Beckman Pieper, entrou com o requerimento ao tomar conhecimento que o Estádio da Leda, patrimônio histórico, esportivo, social e cultural de Dourados está em processo de venda ou permuta.
Dentro do requerimento, o torcedor do Ubiratan pede ao Ministério Público Estadual, o afastamento de todos os dirigentes da Leda bem como dos clubes com direito a voto, Associação União Nova Dourados e da Associação Clímax Esporte Clube, por também não prestarem contas em conformidade com a Lei Pelé.
Em seu pedido Henrique, solicita ainda, que providências sejam tomadas pelo Ministério Público de que todos os atos praticados pelos atuais dirigentes da Leda e os clubes citados, sejam anulados a partir do ano de 2008, como estabelecido pela Lei Pelé.
O pedido se estende ainda para a anulação das atas dos dias 10 de junho de 2013, que trata da venda do Estádio da Leda e a ata do dia 18 de setembro de 2014, que trata da permuta do estádio.
Os motivos apontados pelo torcedor junto ao MP são as inúmeras irregularidades apontadas em assembleias do dia 10 de junho de 2013; reunião que era para acontecer no Estádio, conforme edital publicado em um jornal de Dourados, foi transferido sem aviso para um restaurante localizado em anexo a um hotel no prolongamento da Avenida Marcelino Pires, próximo ao Parque de Exposição João Humberto de Carvalho; falta de informação em estatuto; falta de registro da ata em cartório e ainda ausência de questionamento por parte dos sócios da Leda sobre a venda do Estádio da Leda.
“São inúmeras situações gravíssimas que estão fazendo, sem consultar as partes interessas. Estão vendendo a Leda e ninguém está fazendo nada. Porém, até agora. Acredito que eu e um monte de gente séria quer a Leda com uma diretoria que trabalhe pelo esporte e não sucateie o Estádio como estão fazendo”, disse o torcedor que optou o silêncio após protocolar o requerimento ontem.
O agravante no pedido do torcedor e que passa a ser um grande problema para o atual presidente Mário Lucio da Silva Manteiga é o fato da Leda não permitir que a Funed, utilize o Estádio para seus projetos, mesmo a Leda tendo um convênio até 2024 com a Prefeitura. Na visão do torcedor, isso é considerado quebra de convênio celebrado e nenhuma atitude foi tomada.
No dia 18 de setembro de 2014, Mario Lucio da Silva Manteiga, presidente da Leda, tentou registrar essa ata no 4º Serviço Notorial e Registral de Dourados, mas não conseguiu. Porém, como a Leda está em terreno público, ela precisa de autorização da Câmara de Vereadores de Dourados para que a venda aconteça.
“Tive conhecimento que na segunda-feira, a Câmara de Vereadores de Dourados o processo 38.328/2014, que deu origem ao Projeto de Lei 34/2014 e 112/2014, que trata justamente da venda do Estádio. Como que os vereadores vão aprovar uma venda irregular? Eles tiveram acesso as informaçoes reais? Se eles votarem a favor, vão se complicar porque enviei documentos reais ao Ministério Público que pode prejudicar muito os vereadores e as pessoas envolvidas nessa fraudulenta transação”, alertou o torcedor. (Com reportagem de Marcelo Humberto/Jornal O Progresso)
