Dourados
17/11/2014 16h00
Brasil precisa investir melhor no setor para obter preços mais competitivos, segundo participantes de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.
Participantes de audiência pública realizada na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), sexta-feira, afirmaram que a baixa capacidade de armazenamento de grãos no Brasil encarece a produção e dificulta a competitividade.
O representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alexandre Bernardes, disse que a evolução da capacidade estática armazenadora não acompanhou a produção agrícola e acabou gerando um estrangulamento da infraestrutura.
Daí a necessidade de investirmos em estruturas de armazenagem, sejam elas públicas ou privadas — afirmou. Os senadores Fleury (DEM-GO) e Ruben Figueiró (PSDB-MS) observaram que, enquanto o Brasil tem capacidade de armazenamento para menos de uma safra, os Estados Unidos conseguem armazenar duas safras seguidas.
Fleury lembrou que o agronegócio está diretamente vinculado ao superávit do país e, na condição de produtor rural, disse ser “muito triste plantar sem seguro e, depois de colher, perder por não ter onde armazenar”.
Ele disse que, quando o armazenamento não é feito em armazéns de propriedades rurais, a produção acaba ficando no controle do governo e dos tradings.
Representando o Ministério dos Transportes, Alexandre Sampaio afirmou que a pasta vem se esforçando para melhorar a infraestrutura de transporte a fim de conduzir o escoamento da safra de grãos.
Entre as ações, ele destacou a implementação dos portos da Região Norte para desafogar os do Sudeste e o incentivo aos transportes aquaviário e ferroviário para reduzir o fluxo nas estradas.
O superintendente de Armazenagem da Conab, Rafael Bueno, informou que a capacidade estática de armazenamento subiu 2,1 % em relação a 2012–2013, principalmente devido a planos como o Programa de Construção de Armazéns.
Em relação ao Plano Agrícola e Pecuário 2013–2014, Bueno explicou que foram disponibilizados R$ 500 milhões para a Conab, sendo R$ 350 milhões para a construção de dez unidades armazenadoras e R$ 150 milhões para a reforma e modernização de 80 unidades já existentes.
Ele explicou que o Plano Safra 2013–2014 prevê liberação de R$ 25 bilhões em cinco anos, com estimativa de incremento em 65 milhões de toneladas de capacidade estática.
Bueno explicou que a taxa de crescimento da produção agrícola é superior à da infraestrutura, mas disse acreditar que o crescimento vai contribuir para o setor. (Jornal do Senado)