25/11/2014 11h43
A saúde da mulher usuária de álcool e outras drogas, especialmente o crack, foi assunto abordado durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família na Câmara dos Deputados.
Durante o debate ocorrido na quinta-feira, 20 de novembro, foi exposto que essa parcela da população é muito mais vulnerável às doenças sexualmente transmissíveis, a violência sexual e a gravidez indesejada.
A médica ginecologista, Carolina Sales Vieira, e a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) expuseram a temática. No geral, as palestrantes solicitam atuação mais ampla do governo federal e mencionaram a necessidade de planejamento familiar para usuárias de crack.
Para a médica as estratégias devem envolver a distribuição de anticoncepcionais de longa duração, evitando assim a gravidez, e também conhecer mais a fundo a dinâmica dessas populações que muitas vezes vivem em situação de rua. Já, a deputada deseja uma aproximação junto ao Ministério da Saúde para discutir o assunto a partir de 2015.
Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) feito em 2013 indicou que 10% das usuárias pesquisadas estavam grávidas. A estimativa é de que 95% dessas gestações não tenham sido planejadas.
Como a situação dessas mulheres é vulnerável geralmente elas não fazem o pré-natal, colocando em risco a vida do bebê que pode nascer com complicações de saúde. A questão do abandono dessas crianças também é uma realidade.
No entanto, ausência de dados sobre essa população no Brasil também foi destacada, pois sem dados não há como desenvolver políticas adequadas de saúde e assistência social, dessa forma os programas gerais tentam resolver uma demanda para qual não têm pessoal suficiente.
(Da Agência CNM, com informações da Agência Câmara)