Dourados
25/11/2014 17h00
Em 2012, o setor de Serviços movimentou R$ 1,1 trilhão em receita operacional líquida, respondeu por 12,0 milhões de pessoas ocupadas e pagou R$ 227,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, no total de 1,2 milhão de empresas. Em termos de receita, o montante representou um crescimento de 8,3% em relação a 2011. Também houve aumentos na massa salarial (6,9%) e no número de pessoas ocupadas (5,6%).
Na comparação com 2007, observou-se aumento médio anual real do valor adicionado (10,6%) acima do crescimento médio anual do número de pessoas ocupadas (7,7%).
A produtividade do trabalho cresceu numa média anual de 2,7% e se distribuiu de forma heterogênea pelos diferentes ramos de atividades, com destaque para os serviços de reparação e manutenção, atividades imobiliárias, serviços prestados às famílias; serviços profissionais, administrativos e complementares; e outras atividades de serviços.
Essas e outras informações estão disponíveis na Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2012, que analisa a estrutura produtiva do setor de serviços não financeiros no Brasil.
Além de apresentar dados importantes para se compreender o comportamento do mercado formal de serviços, as informações da pesquisa subsidiam o cálculo do Produto Interno Bruto – PIB.
Em 2012, o setor de Serviços movimentou R$ 1,1 trilhão em receita operacional líquida, respondeu por 12,0 milhões de pessoas ocupadas e pagou R$ 227,0 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, no total de 1,2 milhão de empresas. Em termos de receita, o montante representou um crescimento real de 8,3% em relação a 2011.
A pesquisa identificou um crescimento, de 2011 para 2012, de 6,9% na massa salarial e de 5,6% no número de pessoas ocupadas.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares responderam por 36,6% da massa salarial paga (R$ 83,0 bilhões) e também foram responsáveis pelo maior número de pessoas ocupadas (4,9 milhões de pessoas, ou 41,0% do total).
Dois grupos, somados, representaram mais de 60% do número de empresas pertencentes ao âmbito da PAS: serviços profissionais, administrativos e complementares, com 361,4 mil empresas (31,3%) e serviços prestados principalmente às famílias, com 367,4 mil empresas (31,8%).
Entre as atividades, transporte e serviços auxiliares aos transportes tiveram a maior participação na massa salarial paga (23,1%) e também foram as atividades com maior número de pessoas ocupadas (19,3%); destaque ainda para serviços de alimentação (13,5%).
A pesquisa mostrou que as 66,8 mil empresas (5,8% do total) com mais de 20 pessoas ocupadas. Essas empresas formam o estrato certo da pesquisa, no qual as informações de todas as empresas são analisadas e foram responsáveis por R$ 883,4 bilhões de receita operacional líquida (78,0%) e R$ 492,8 bilhões de valor adicionado (73,0%); 8,0 milhões de pessoas ocupadas (66,8%) e R$ 178,0 milhões em salários (77,5%).
Entre 2007 e 2012, valor adicionado dos serviços aumenta mais do que número de pessoas ocupadas Entre 2007 e 2012, observou-se aumento médio anual real do valor adicionado (10,6%) acima do crescimento médio anual do número de pessoas ocupadas (7,7%).
A produtividade do trabalho (divisão do valor adicionado pelo total de pessoal ocupado) cresceu numa média anual de 2,7%.
A heterogeneidade do setor se refletiu no dinamismo das diferentes atividades. Os serviços de manutenção e reparação apresentaram crescimento de 8,2% da produtividade, percentual acima da média da PAS.
Dentro dessas atividades, o segmento de destaque foi a manutenção e reparação de equipamentos de informática e comunicação, com elevação de 16,6% da produtividade.
O segundo maior ritmo de crescimento na produtividade foi identificado nas atividades imobiliárias (7,9%), tendo sido o segmento de compra, venda e aluguel de imóveis próprios o responsável pelo maior crescimento da produtividade (9,0%).
Outras três atividades também apresentaram crescimento médio da produtividade acima da média da PAS e superior ao aumento médio dos salários por pessoa, indicando uma diminuição do custo do trabalho: serviços prestados às famílias; serviços profissionais, administrativos e complementares; e outras atividades de serviços.
Em 2007, os serviços de informação e comunicação eram o maior segmento da pesquisa, gerando 31,1% do total estimado de receita.
Em 2012, estes serviços perderam participação e os serviços de transportes, serviços auxiliares e correio (27,8%), seguido de serviços profissionais, administrativos e complementares (26,8%) figuraram como as maiores atividades da pesquisa.
Nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, o maior destaque ficou com o transporte rodoviário: 51,7% (R$ 164,0 bilhões) da receita operacional líquida do segmento, 51,9% (R$ 29,7 bilhões) da massa salarial, 65,7% (1,7 milhão) das pessoas ocupadas e 78,5% (124,8 mil) das empresas.
Já o transporte dutoviário (de transporte de grandes quantidades de gás natural, etanol, petróleo e seus derivados) se destacou por apresentar o maior salário médio mensal (20,9 salários mínimos) e a maior produtividade (R$ 1,2 milhão em valor adicionado por pessoa ocupada).
Considerando o indicador de concentração econômica CR8 (participação das oito maiores empresas no total por atividade de receita operacional líquida mais subvenções), observa-se que quatro atividades deste segmento se destacaram por apresentarem elevada concentração de mercado: transporte ferroviário e metroferroviário (81,87%), transporte dutoviário (99,97%), transporte aéreo (89,41%) e correio e outras atividades de entrega (84,91%).
Nessas atividades, portanto, poucas empresas responderam pela maior parcela do resultado total (receita operacional líquida mais subvenções) de cada mercado correspondente.
Entre os serviços profissionais, administrativos e complementares, os serviços técnico-profissionais foram os responsáveis pelas maiores participações na receita gerada (40,5% ou R$ 124,0 bilhões), na massa salarial (32,9% ou R$ 27,3 bilhões), no número de pessoas ocupadas (21,4% ou 1,1 milhão) e no número de empresas (47,0% ou 170,0 mil).
Tais serviços, por abrangerem negócios nas áreas de assessoria, consultoria, análise científica e técnica especializada, demandam, em geral, mão de obra relativamente mais qualificada e treinada; por isso, os serviços técnico-profissionais também apresentaram elevada média salarial, 3,2 salários mínimos, frente à média de 2,1 salários mínimos do segmento.
Os serviços de seleção, agenciamento e locação de mão de obra se destacaram pela maior média de pessoal ocupado por empresa, 143 pessoas, seguidos pela atividade de investigação, vigilância e transporte de valores, com 107 pessoas.
Ambas apresentaram porte médio das empresas superior à média do segmento, que foi de 13 pessoas ocupadas por empresa.
Telecomunicações geraram maior receita nos serviços de informação e comunicação: R$ 162,9 bilhões Em 2012, no grupo dos serviços de informação e comunicação, o destaque ficou com os serviços de telecomunicações, que somavam apenas 5,3 mil empresas (5,9% do total), mas tiveram a maior receita operacional líquida (R$ 162,9 bilhões), tendo atingido a participação de 55,8% no total de receita gerada pelo setor.
Estes serviços responderam, também, pelo maior número médio de pessoas ocupadas por empresa (37).
Em relação à massa salarial, ao pessoal ocupado e ao número de empresas, os serviços de tecnologia da informação foram os responsáveis pelas maiores participações nos totais do segmento: 52,5% (R$ 19,8 bilhões); 50,4% (427,4 mil); e 59,8% (54,0 mil), respectivamente.
Quanto ao indicador de salário médio mensal, essas atividades também foram o destaque do grupo: pagaram, em média, 5,2 salários mínimos mensais por pessoa ocupada, valor superior à média apresentada pelo segmento (5,0).
No segmento dos serviços prestados principalmente às famílias, o destaque de 2012 ficou com os serviços de alimentação (restaurantes, bares, lanchonetes, e fornecedores de comidas prontas) que obtiveram maior participação em todos os indicadores econômicos selecionados: R$ 78,5 bilhões ou 66,6% do total da receita operacional líquida; R$ 17,9 bilhões, ou 61,2% de salários pagos; 1,6 milhão de pessoas, ou 63,0% de pessoas ocupadas; e 221,6 mil empresas, ou 60,3%.
Já os serviços de alojamento apresentaram a maior média de pessoal ocupado por empresa (12), a maior produtividade dentro do segmento (R$ 31,0 mil em valor adicionado por pessoa ocupada) e o maior salário médio mensal (1,7 salário mínimo).
Nas atividades imobiliárias, a compra, venda e aluguel de imóveis próprios teve maior participação na receita operacional líquida (72,5% ou R$ 21,7 bilhões) e no número de empresas (58,3% ou 20,8 mil), assim como apresentou a maior produtividade do segmento (R$ 236,2 mil em valor adicionado por pessoa ocupada).
Já as empresas de intermediação responderam pela maior massa salarial (57,8% ou R$ 1,8 bilhões) e maior número de pessoal ocupado (56,5% ou 99,6 mil pessoas) e maior média de pessoal ocupado por empresa (7).
Os serviços auxiliares financeiros, dos seguros e da previdência complementar se destacaram nas outras atividades de serviços, com a maior participação na receita operacional líquida (57,6% ou R$ 34,2 bilhões), na massa salarial paga (51,6% ou R$ 5,9 bilhões) e no número de empresas (66,5% ou 24,5 mil), além do maior salário médio mensal (4,8 salários mínimos) e da produtividade mais elevada (R$ 163,1 mil em valor adicionado por pessoa ocupada).
Reparação de equipamentos de informática produz R$ 42,6 mil em valor adicionado por pessoa ocupada Dentre os serviços de manutenção e reparação, os serviços de manutenção e reparação de equipamentos de informática e comunicação foram os responsáveis pelo maior salário médio mensal (2,1 salários mínimos) e pela maior produtividade do conjunto (R$ 42,6 mil em valor adicionado por pessoa ocupada).
As atividades de manutenção e reparação de veículos automotores, por sua vez, se destacaram pela maior participação na receita operacional líquida: 52,5% (R$ 9,7 bilhões); na massa salarial, com 57,2% (R$ 3,0 bilhões); no pessoal ocupado, com 60,3% (245,7 mil); e no número de empresas, 64,2 mil (61,1%).
Em relação a 2011, a região que apresentou a maior taxa de crescimento em termos de receita bruta de serviços foi a região Centro-Oeste (11,4%), seguida pelas regiões Sul (10,9%), Norte (9,1%), Sudeste (7,5%) e Nordeste (6,7%).
Já em termos de pessoal ocupado, a região que mais cresceu foi a Norte (9,9%), seguida por Centro-Oeste (9,3%), Nordeste (6,2%), Sul (5,1%) e Sudeste (5,0%).
Entre as unidades da Federação, Tocantins apresentou a maior taxa de crescimento da receita bruta em termos reais (27,5%); São Paulo, contudo, foi o estado responsável pela maior contribuição a taxa de crescimento da receita total (2,9 p.p. de 8,2%), tendo crescido 6,7%. (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)