Dourados
28/11/2014 15h44
Um estudo realizado pelo departamento de Psicologia da Universidade de Sussex, nos EUA, identificou que os cães conseguem decifrar palavras e não apenas vozes.
Os cientistas acreditam que o funcionamento do cérebro desses animais é bastante semelhante a dos humanos.
A pesquisa foi feita com 250 cães que passaram por testes e tiveram suas reações aos comandos de voz analisadas.
O cachorro, assim como o Homem, utiliza uma parte do cérebro para assimilar componentes verbais e outra para processar a emoção ou entonação do falante.
Mesmo com essa semelhança, os pesquisadores responsáveis pelo projeto, Victoria Ratcliffe e David Derby, esclarecem que isso não significa que os animais entendam toda a complexidade da fala.
“Estudos anteriores demonstraram que outros mamíferos também têm separações hemisféricas durante o processo de vocalizações de suas próprias espécies, mas ninguém nunca tinha olhado para a existência disso em animais domesticados em respostas aos diferentes componentes da fala humana”, explicou a cientista.
Entre as experiências realizadas, foram dados comandos aos cães através de alto-falantes. Assim, as reações foram estudadas, indicando qual lado do cérebro trabalhava as informações.
Ao ouvirem comandos em sua própria língua, eles reagiam de uma forma, mas ao receberem ordens em língua estrangeira ou com as sílabas inversas, a frase deixou de ter sentido para os cães.
“Embora não possamos dizer em que medida eles entendem a complexidade do conteúdo verbal, nosso estudo sugere que os cães prestam atenção a essa informação na fala humana e que eles percebem o seu conteúdo de uma forma que se assemelha amplamente à percepção humana”, conclui Victória.
Os pesquisadores ainda querem expandir esses testes para animais selvagens e entender melhor como eles assimilam as palavras.
“Isso iria avançar nossa compreensão da evolução da percepção da fala em seres humanos, revelando se especializações hemisféricas para o processo de seus diferentes componentes comunicativos são exclusivamente humanos em vez de compartilhado com outros mamíferos”, completou o Dr. David Reby. (CicloVivo)
