03/12/2014 08h55 - Atualizado em 03/12/2014 08h55
O estacionamento preferencial ainda é alvo de desrespeito em Dourados. Para chamar a atenção, hoje mais de 30 cadeirantes estão nas ruas, 'estacionando' suas cadeiras nas vagas comuns e pagando para usar o espaço, mesmo tendo o direito à vaga gratuita.
Jamilye Depieri
As vagas de estacionamento para deficientes foram regulamentadas e garantidas por lei, mas o uso preferencial ainda é alvo de desrespeito em Dourados. Hoje, dia internacional de luta dos portadores de deficiência, mais de 30 cadeirantes saem às ruas da cidade para garantir seu direito.
Todas as cidades brasileiras são obrigadas a destinar 2% das vagas para deficientes e grande parte dos condutores de veículos ainda desrespeitam a legislação e estacionam nas vagas preferenciais. A gerencia do Rotativo Dourados, não quis informar à redação do Douradosagora, quantas vagas são destinadas aos portadores de deficiência na cidade.
De acordo com o presidente do Centro de Apoio à pessoa com deficiência e vice-presidente do Conselho Municipal, Alex Moraes, o objetivo do movimento é chamar a atenção. "Com o slogan 'Hoje essa vaga não é sua nem por um minuto', estamos saindo às ruas para mostrar aos motoristas a nossa dificuldade. Quase 100% das nossas vagas são ocupadas diariamente. As pessoas devem achar, que não temos veículo ou não dirigimos, mas esquecem o significado da palavra respeito", disse Alex, que é cadeirante há 23 anos.
Segundo ele, as vagas normais estão sendo pagas e cadeiras estão 'estacionadas', mesmo tendo o direito à vaga gratuita. "O Rotativo Dourados não quis liberar algumas vagas, mesmo sabendo desse impasse, para que pudéssemos protestar. As nossas vagas são gratuitas, mas nunca conseguimos usar", enfatizou Alex Moraes.
Em setembro, a Comissão de Promoção à Acessibilidade do Ministério Público de Mato Grosso do Sul lançou a campanha de conscientização quanto às políticas de acessibilidade no que concerne à garantia de direitos das vagas especiais destinadas às Pessoas com Deficiências, tanto em ambiente externos (ruas) como internos (estabelecimentos comerciais) e de transporte público, assentos e demais adequações necessárias para o transporte seguro.
O objetivo é possibilitar que seja firmado convênio entre a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), supermercados e outros estabelecimentos comerciais para que a fiscalização do correto uso das vagas reservadas à Pessoa com Deficiência se efetive legalmente, como ocorre em São Paulo e Curitiba. Mas em Dourados a campanha ainda não surtiu efeito.
O presidente do Centro de Apoio, Alex Moraes, informou ainda ao Douradosagora, que o transporte coletivo também não ajuda os portadores de deficiência. "Hoje neste protesto, ficamos quase uma hora esperando por um ônibus em que o elevador funcionava. Passaram vários e apenas um para o uso do cadeirante. Além da falta de respeito das pessoas, algumas empresas também não fazem questão de garantir a nossa acessibilidade", ressaltou.