03/12/2014 08h56 - Atualizado em 03/12/2014 08h56
Ademir diz que há entraves à reciclagem e apela à comunidade por apoio
Douradosagora
O técnico e radioamador Ademir Freitas Machado encabeça campanha para reutilizar eletrônicos que estão 'fora de serviço' e, de quebra, livra a cidade de materiais que custam a sumir do meio ambiente. A empreitada já dura pelo menos quatro anos e, agora, contempla a associação dos catadores de Dourados, a Agecold, que gera emprego e renda a dezenas de famílias. “Nada mais justo que uma associação que tanto faz pelo meio ambiente receba um microcomputador totalmente restaurado”, diz Ademir Machado.
O projeto sem fins lucrativos foi inspirado na própria associação que recolhe todo tipo de lixo reciclável. Durante visita ao local, Ademir notou que o número de componentes eletrônicos lá era grande e poderia ser reutilizado. Ele resgatou várias peças, restaurou e, ao longo do tempo, doou para estudantes de baixa renda que não tinham computador.
“Nos últimos dois anos tenho recebido ocasionalmente equipamentos diretamente de empresas, pequenos comerciantes e mesmo cidadãos preocupados com a poluição ambiental e até por pessoas desesperadas por não saberem o que fazer com os aparelhos eletrônicos obsoletos ou com defeito".
Segundo Ademir, o material não aproveitado é redirecionado a outros empreendedores que trabalham legalmente e tem melhores condições de armazenar e enviar o material para os grandes centros.
Ademir Machado disse também que é muito difícil reciclar qualquer coisa no país, especialmente em Dourados. "Primeiramente, temos um código de posturas no município que não diferencia grandes empresas dos microempreendedores individuais, que trabalham em suas próprias casas, e por não estarem nas chamadas vias coletoras, não conseguem a cara licença ambiental e nem mesmo um alvará de funcionamento, que nem deveria ser exigida para MEI, já que mensalmente eles recolhem um valor fixo para a prefeitura.
Outro problema apontado por Ademir é o alto investimento para se ter uma estrutura coberta, equipamentos caríssimos – especialmente os fabricados com selos governamentais e financiados pelo BNDS – e o frete altíssimo, visto que o transporte que serve Dourados é o rodoviário, de alto custo. Ademir também cita o baixo valor de venda do material produzido pelos recicladores. “Definitivamente, cuidar do meio ambiente é caro, trabalhoso, insalubre, não recebe apoio governamental e não rende nada para o reciclador”, conclui.
Quem quiser colaborar com o projeto ou obter mais informações sobre a reciclagem de lixo eletrônico, poderá manter contato com o Ademir pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone fixo 67-3427-0434.