Dourados
09/12/2014 08h34 - Atualizado em 09/12/2014 08h34
Colocar a mão na massa e confeccionar peças como cinturões, bainhas de faca, barbicacho para chapéus, além de fazer o curtimento das botas rústicas. Essa foi a solução encontrada pelos integrantes do grupo de dança (categoria adultos) do CTG – Centro de Tradições Gaúchas Tropeiro Velho para diminuir os custos com os trajes que utilizará ao representar Mato Grosso do Sul no Fenart – Festival Nacional de Arte e Tradição, que acontece em fevereiro de 2015, em Piratuba (SC).
Com determinação e criatividade, os dançarinos não se deixaram abater pela falta de recursos e encontraram na parceria com o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural a alternativa para reduzir os custos com a indumentária típica do Sul do país entre 1700 e 1800, a qual será utilizada na apresentação.
Vencedor do Fegams – Festival Sul-mato-grossense de Folclore e Tradição Gaúcha, o grupo de Rio Brilhante começa a confecção essa semana, no curso de Preparo e Utilização do Couro Bovino para Produção de Utensílios, oferecido no sindicato rural do município. A formação tem 40 horas/aula e será ministrada pelo instrutor do Senar/MS, Marcelo Godoy, e ensina todos os passos desde o tratamento do couro até a confecção de utensílios.
O curso também aborda sobre medidas de segurança no trabalho, meio ambiente e exigências profissionais do mercado de trabalho. “No entanto, o mais importante e demonstrar aos participantes, a importância de aproveitar o couro já que atualmente os produtores fazem o descarte de uma peça que pode render até R$ 1,3 mil, depois de ser trabalhada”, alertou o instrutor.
Responsável pela coreografia da equipe adulta, composta por 28 pessoas (14 pares) na faixa etária de 17 a 26 anos, o professor de dança Saulo Renato Ferreira do Rego conta que o curso será muito bem vindo e que suprirá a necessidade dos dançarinos do elenco renovarem os trajes, além de resgatarem uma parte do ofício que foi tradicional entre os moradores da área rural. “O grupo terá oportunidade de aprender a preparar peças que podem variar de R$ 60 a R$ 380 reais, caso fossem comprar prontas.
Será uma economia expressiva, sem contar o resgate cultural de manusear o couro, como seus antepassados faziam”, apontou.
Godoy reforçou que uma peça de couro animal bruta custa entre R$ 20 e R$ 40 reais e na maioria das vezes, o pequeno produtor prefere dispensar o que pode incrementar a renda familiar. “O gasto é mínimo para tratar o couro e as ferramentas essenciais são a faca, chaira, quadro e linha, então a margem de lucro é muito boa”.
Serviço – O curso Preparo e Utilização do Couro Bovino para Produção de Utensílios será realizado entre os dias 9 e 13 de dezembro, no Sindicato Rural de Rio Brilhante. O endereço é Rua Trajano Roberto, s/n - Parque Industrial, Rio Brilhante (MS). Fone de contato (67) 3452-7320.
