20/12/2014 10h24
O incentivo à produção científica nas universidades federais é o caminho para expansão do conhecimento para o mercado sem deixar de lado a educação de base.
Essa foi a posição adotada pelos ministros da Educação, Henrique Paim, e o da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina no seminário Qual Universidade Servirá ao Brasil?, em Brasília.
O objetivo do evento foi debater o futuro da educação superior no país, em especial nas universidades federais.
"Não podemos pensar numa educação superior do futuro que esteja de costas para a educação básica", destacou o ministro Paim.
O mesmo raciocínio foi compartilhado por Campolina: "é preciso reconhecer e valorizar a escola básica e o professor, social e politicamente”, disse.
Campolina destacou que a inclusão da grande parcela da população estudando nas universidades federais, em todos os estados, ocorre “em grande parte por meio do ingresso pelo Enem”.
O ministro acrescentou que é necessário “criar políticas mais efetivas de assistência para o estudante, no sentido de garantir, por exemplo, a mobilidade para os locais onde foram selecionados e também moradia para eles", disse.
Paim avalia que a educação tem melhorado nos últimos anos. Ainda assim são necessários mais investimentos.
"Há muito o que ser feito, mas já não estamos lá atrás. Se olharmos a educação por um prisma de continuidade, será possível verificar que muito já foi feito.
Nós mudamos o imaginário da população sobre o ensino público ao proporcionar o ingresso de mais pessoas, de condições sociais mais diversas nas universidades", considerou.
O reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, por sua vez, considera necessário a maior autonomia das instituições federais públicas de ensino superior, no que diz respeito aos aspectos financeiros e administrativos.
"Cada universidade contém especificidades que precisam ser resolvidas dentro do seu universo próprio", ponderou.
Já a reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Roselane Neckel, aponta a necessidade de que as empresas sejam parceiras das universidades.
Ela destacou, entretanto, que não é possível esquecer os investimentos do governo para o desenvolvimento científico nas instituições.
"As empresas têm uma visão mais mercadológica de ciência e podem investir mais. Mesmo assim é importanto é ajuda do governo que poderá investir e incentivar projetos de base de inovação". (Agência Brasil)