26/12/2014 14h00
Aparelhos são utilizados para monitoramento de aves. Dados coletados são enviados à internet por meio de sistema telefônico.
A automação e o sensoriamento remoto são as grandes apostas do setor agropecuário. Neste contexto, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Sistemas Micro e Nanoeletrônicos (Namitec) participa de um projeto piloto em Cabreúva (SP), que aplica sensores para monitoração da ambiência do aviário.
Os equipamentos, desenvolvidos por pesquisadores do Namitec, foram batizados de Namimote – uma junção entre "Namitec" e "mote" (sensor, em inglês). Os dados coletados são enviados à internet por meio do sistema de telefonia celular.
Com 6,2 bilhões de cabeças produzidas em 2013, o Brasil é o maior exportador mundial de aves e o segundo maior produtor do planeta. Em busca da consolidação desta posição, os produtores têm investido em novas tecnologias para aumentar a eficiência da atividade, o que explica a utilização do equipamento.
"Utilizamos sensores para medir temperatura, umidade, velocidade do vento, pressão atmosférica, luminosidade, consumo de ração, uso de ventiladores e exaustores para identificar as condições ao longo do crescimento das aves, com o intuito de melhorar o conforto dos animais e, por consequência, aumentar a produtividade", explica Ivan Müller, professor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) e pesquisador do Namitec desde 2009.
O projeto piloto começou em novembro e deve se estender ao longo do próximo ano.
A aplicação do Namimote teve início por meio de uma parceria com o Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), através do professor José Mário Martinez.
Ele e a equipe têm trabalhado no desenvolvimento de softwares e algoritmos que contribuam para a interpretação de dados que auxiliem os produtores no aumento de sua produtividade, redução de mortalidade das aves, otimização do consumo de ração, ganho de peso e doenças.
O desenvolvimento do dispositivo começou em 2011, nas linhas de pesquisa do Namitec, e trata do desenvolvimento de um nó sensor que permite vários usos e aplicações, em especial, na agricultura.
Também participam da iniciativa o pesquisador Jean Winter e o professor Carlos Eduardo Pereira, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e o pesquisador Danti Conti, da Unicamp.
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Sistemas Micro e Nanoeletrônicos é uma rede que reúne as principais instituições que desenvolvem nano e microeletrônica no Brasil.
A rede é formada por 23 centros de pesquisa e universidades, espalhados por 13 estados nas cinco regiões do pais.
Com 124 pesquisadores, o Namitec tem uma atuação ampla em micro e nanoeletrônica, com pesquisas e ações no estudo de redes de sensores sem fio, sistemas embarcados, projeto de circuitos integrados, estudos de dispositivos, materiais e técnicas de fabricação e formação de recursos humanos, com aplicação em áreas (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação / Namitec)