06/01/2015 16h18 - Atualizado em 06/01/2015 16h18
Governador diz que pretende reestruturar as unidades já existentes para só depois pensar em construção de hospital
Flávio Verão
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) iniciou a administração de Mato Grosso do Sul com o anúncio de cortes de despesas e para Dourados anunciou que irá pedir a paralisação das obras do Hospital Regional iniciada em novembro. A primeira etapa das obras - R$ 19,9 milhões - está empenhada e a empresa contratada tem pouco mais de 500 dias para realizar os serviços.
Durante campanha eleitoral Reinaldo garantiu que em seu governo haveria secretariado de Dourados, para representar a região sul do Estado em sua gestão, fato não confirmado. Também prometera a criação de uma sub-governadoria na cidade, para que o Estado tenha interiorização de alguns serviços oferecidos apenas em Campo Grande, mas até agora não tocou no assunto.
O deputado estadual George Takimoto (PDT), um dos maiores articuladores para garantir a construção do Hospital Regional em Dourados, acredita que Reinaldo não deva abandonar a obra e sim paralisar de forma momentânea. “Ainda não falei com ele [Reinaldo], até porque não quero me meter nesse direito que o governador como maior mandatário tem de paralisar obras para conferir se tudo está dentro das normas, porém acredito que ele irá retomar a construção do hospital o mais rápido possível, pois a população precisa de uma unidade de saúde digna, moderna”, disse o deputado.
À imprensa da Capital, Reinaldo confirmou que além de Dourados irá paralisar as obras de hospital em Três Lagoas, no entanto, não definiu quando e se pretende retomar a construção das unidades. A principal alegação para Dourados é que o Estado em parceria com o município precisa estruturar as unidades que já tem para só depois pensar em construir novo hospital. Desde novembro o Hospital da Vida, unidade criada de forma improvisada, recebe reparos e ampliação na ordem de R$ 3,2 milhões. Para Takimoto, Dourados não precisa de ‘remendos’ na saúde e sim de um hospital digno.
Hospital
Em construção às margens da BR-463, saída para Ponta Porã, o Hospital Regional é uma luta da classe política com a sociedade para criar uma unidade de saúde que possa atender 34 municípios da região, uma população de quase 1 milhão de habitantes.
Atualmente, o Hospital Universitário e o Hospital da Vida em Dourados são responsáveis por prestar serviços especializados não oferecidos na região. O HV, por exemplo, equipado às pressas a alguns anos quando a prefeitura decidiu assumir a gestão plena de saúde, é a porta de entrada de urgência e emergência para o Cone Sul. Com tanta demanda, a unidade vive superlotada e o hospital não tem estrutura suficiente para atender toda a região.
De acordo com o engenheiro Ricardo Albaneze, da Stange Engenharia, responsável pelas obras do Hospital Regional, até agora o governo não se posicionou. “Só ouvi falar em paralisação e cancelamento pela mídia”, disse ele.
Sem comunicado oficial, mais de 30 operários continuam às obras que tiveram início dia 18 de novembro passado. A Stange Engenharia é a vencedora da licitação da primeira de três etapas de construção do Hospital Regional, orçado em R$ 60 milhões. Nessa primeira etapa estão garantidos R$ 19,9 milhões de recursos do governo do estado. Já foram repassados R$ 500 mil à Stange Engenharia e segundo o engenheiro Ricardo Albaneze outros R$ 200 mil devem ser destinados nos próximos dias para o custeio de serviços já realizados.
A obra está toda cercada com tapume e parte do muro está em andamento. A terraplanagem está concluída e a Stange Engenharia está prestes a receber mais de mil pré-moldados já encomendados para dar início a etapa de fundação do Hospital Regional. “Se as obras paralisarem todo esse investimento já feito estará praticamente perdido, haverá prejuízos, além da estrutura que já montamos aqui pode ser saqueada, invadida”, finalizou o engenheiro.