27/01/2015 08h02 - Atualizado em 27/01/2015 08h02
Valéria Araújo
Mesmo proibidos, os bitrens voltam a circular pela Avenida Guaicurus em obras, deixando rastro de destruição da pavimentação asfáltica em fase de implantação. De acordo com o major Luiz Carlos Rodrigues Carneiro, da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), já ocorreram denúncias e, por isto, a fiscalização está sendo reforçada para impedir o trânsito pesado no trecho, apesar de contar com apenas uma viatura que se reveza neste e demais serviços pelas rodovias estaduais.
De acordo com o major, desde novembro do ano passado, a Agência Estadual de Gestão de Empreendimento (Agesul) proibiu o trânsito de carretas bitrens pela Avenida Guaicurus em Dourados através de acordo com as usinas. O objetivo é garantir a conservação da via que passa por obras de duplicação e não foi projetada para atender ao trânsito pesado.
Por isto, todos os caminhoneiros das usinas de cana de açúcar terão que fazer o desvio pela estrada vicinal que dá acesso à rodovia BR 463, num trecho de 800 metros. A exceção ocorre apenas em dias de chuva em que a passagem pela estrada fica impedida por falta de asfaltamento. Ele acredita que mais de 50 veículos bitrens deixaram de circular diariamente pela Guaicurus e que é apenas “um ou outro” desobedecendo as regras.
O major explica que uma portaria do Governo do Estado pode ser publicada nos próximos dias oficializando este acordo que limita o tráfego e prevendo multas para quem descumprir a ordem. “Existia uma autorização para os bitrens circularem pela rodovia e agora esta já está extinta”, explica, observando que, em caso de flagrante, o motorita e usina serão notificados.
A redação denunciou, em setembro do ano passado, que o trânsito pesado na Guaicurus estava danificando a pavimentação. Muitas das obras que acabaram de ser finalizadas ao longo da rodovia já precisam ser refeitas. Na época, um dos engenheiro, Lucas Vaez, explicou que a obra já tinha dois mil metros cúbicos de “remendos”.
Conforme ele, a rodovia não foi projetada para atender ao trânsito pesado e a consequência disso é que pode ficar totalmente danificada em curto espaço de tempo, logo após a entrega da obra. Para evitar o problema, a Comissão Pró-Guaicurus cobrou uma solução da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), que é a responsável pelas obras. De acordo com o membro da Comissão, Franz Mendes, trechos de asfalto por onde passam os caminhões apresentam ondulações irregulares e vários pontos das rotatórias estão com o meio-fio “esfarelando” por causa das curvas mal sucedidas dos bitrens.
Segundo Franz Mendes, a rodovia não foi projetada para aguentar o trânsito pesado e por isso ele comemora a iniciativa de desvio do tráfego pela Agesul.
“Os caminhoneiros terão que percorrer cinco quilômetros a mais, porém, as vantagem de conservação da rodovia serão bem maiores do que os transtornos”, destaca, observando que está reunindo informações sobre os motivos da volta da circulação dos bitrens para solicitar providências do Governo do Estado. Mesmo em obras, a Rodovia Guaicurus registra alto fluxo de veículos todos os dias.
Os principais períodos de pico são das 7h às 8h30, das 11h às 12h30, das 17h às 18h e das 19h às 20h. O projeto do governo do Estado custa cerca de R$ 32 milhões. Ele é dividido em quatro etapas e prevê cinco rotatórias de acesso e cinco retornos, ciclovia, 24 pontos de ônibus, instalação de dez redutores de velocidade para travessia de pedestres, tudo completamente iluminado.