03/02/2015 14h00
Apesar de afetarem a produtividade e mexerem com as janelas de plantio e colheita de soja em Mato Grosso, as chuvas abaixo da média histórica e pouco frequentes sobre as lavouras até janeiro favoreceram o controle da lagarta Helicoverpa armigera e da ferrugem asiática, que têm sido constantes dores de cabeça para os sojicultores.
De acordo com a entomologista da Fundação MT, Lúcia Vivan, não houve infestação de helicoverpa na atual safra 2014/15 de soja, porque a população da lagarta foi controlada naturalmente por inimigos naturais, como insetos e nematoides (que são um tipo de verme), e pelo próprio clima mais seco.
"Mas não quer dizer que ela [a helicoverpa] está totalmente eliminada das lavouras da oleaginosa", afirma a especialista.
A pesquisadora pondera que, diferentemente da helicoverpa, lagartas em geral - a falsa medideira é um exemplo delas -, e também insetos, caso da mosca branca, se desenvolvem melhor em períodos de seca e em situação de pouca umidade.
Em janeiro, segundo ela, a mosca branca infestou plantações de soja em municípios da região médio-norte de Mato Grosso, como Sapezal, Campo Novo do Parecis, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Primavera do Leste e Serra da Petrovina.
Lúcia observa que a retomada das precipitações de maneira regular, como indicam os mapas meteorológicos, pode provocar outras doenças, como as causadas por fungos. Por isso, é preciso redobrar o cuidado com o manejo integrado de pragas até o fim desta safra.
"Eu considero ter feito um bom manejo, procurei usar produtos seletivos que matam só a lagarta, e numa área de 110 hectares da minha fazenda não usei nenhuma aplicação [de defensivo]", diz Pedro Pivetta, que produz uma propriedade de 500 hectares em Nova Mutum.
"É preciso ter cuidado com uso excessivo de defensivos, a média no Estado gira em torno de três a cinco aplicações durante uma safra, é muita coisa." (Canal do Produtor)