09/02/2015 15h01
Com o aumento da produtividade da soja (a média brasileira é de 3 mil kg/ha) também tem crescido a utilização de nutrientes pelas plantas.
Com isso, se a reposição dos nutrientes retirados pelas culturas agrícolas não for equilibrada, o balanço nutricional pode ser negativo.
Isso significa que, gradativamente, o esgotamento das reservas de nutrientes do solo pode reduzir o potencial produtivo da soja, explicam os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo o pesquisador, o desequilíbrio nutricional do (K2O) potássio tem sido o principal problema no Paraná, porque os produtores não têm feito a reposição necessária desse nutriente.
“O potássio é o segundo macronutriente mais extraído pela soja, atrás apenas do nitrogênio”, explica Conte. “A demanda média da soja é de 38kg de K2O para cada tonelada de grãos”.
Mas o pesquisador diz que há estudos que indicam que entre as cultivares de crescimento indeterminado - as mais utilizadas no Brasil - a demanda por potássio e fósforo é maior.
Entre os sintomas de esgotamento de potássio, Conte destaca o amarelecimento das folhas e a queima de suas bordas.
“O problema é que, muitas vezes, esses sintomas podem inicialmente ser confundidos com nematoide ou outras doenças”, conta.
Para evitar o problema, os pesquisadores recomendam o monitoramento da fertilidade do solo. “A adubação equilibrada é um conjunto de medidas que visa manter os níveis de nutrientes, mas também está relacionada à prática adequada de inoculação, promovendo a fixação biológica do nitrogênio”, explica Conte.
“É mais lógico manter a adubação, ou seja, repor todos os anos o que a planta retira do que deixar esgotar completamente”.
O pesquisador Osmar Conte entende que os agricultores que estão produzindo soja com teor de potássio abaixo do necessário podem ter problemas futuros.
“Se não houver a quantidade necessária de potássio no solo, não haverá liberação desse nutriente para a planta. Por isso, a reposição será gradual trazendo prejuízos para a cultura agrícola”, diz.
Entre as consequências negativas estão: a redução da eficiência da fixação biológica do nitrogênio, a diminuição do número de vagens por planta, redução da quantidade e do tamanho dos grãos, assim como na quantidade de óleo na semente.
(Embrapa)