Dourados
14/02/2015 11h00
A cana-de-açúcar precisa de chuva. Por isso, o comportamento das condições climáticas, especialmente durante o verão, é muito importante para o bom desenvolvimento dos canaviais.
Segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar), apenas em meados ou no final de março que se pode fazer uma avaliação adequada se choveu o suficiente nas regiões canavieiras do Centro-Sul neste ano.
Numa visão pontual, as chuvas estão caindo, mas de maneira irregular. “Em Assis e no Norte do Paraná, as chuvas ficaram até acima da média, mas lá mesmo tivemos fazenda em que choveu muito, e em outras nem tanto”, diz Padua.
Quando se avalia as precipitações no contexto global, em Ribeirão Preto tem fazenda com 80% da média história e fazenda com 20%. “Está muito irregular.”
Hoje, visualmente, a cana está mais bonita, mas o sentimento das grandes empresas, dos agrônomos, de todos com quem Padua conversa, é que a produtividade agrícola desse ano não deve superar a do ano passado no contexto global. “Isto sinaliza, se tudo correr bem, que a produção passada vai se repetir neste ano”, antecipa Padua.
Se o produtor roda os canaviais, de modo geral, observa que as canas colhidas a partir de agosto estão num desenvolvimento mais favorável. “Já as canas do início da safra estão baixas, não estão boas. São as que mais sofreram com a seca.”
Segundo ele, quem está plantando cana neste momento tem um termômetro de como está a produtividade do canavial. “A produtividade da muda está 40% abaixo do que deveria estar.”
Padua destaca que na região de Ribeirão Preto há vários locais em que a produtividade da muda plantada deveria estar, agora, em torno de 80 t/ha, mas tem sido colhida por volta de 50 t/ha. (CanaOnline)
