20/02/2015 16h03 - Atualizado em 20/02/2015 16h03
Flávio Verão
Depois de obras concluídas, em dezembro de 2011, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) só entrou em funcionamento na Cidade de Dourados há exatamente três anos depois - dezembro do ano passado. Agora, uma outra importante obra de R$ 1,5 milhão, o Pronto Atendimento Infantil (PAI), recebe os últimos ‘retoques’ e assim que tiver o laudo de vistoria será entregue à Secretaria de Saúde Municipal. O problema é que não há data para o local entrar em funcionamento e mais ainda: todas as despesas do PAI serão custeadas pela prefeitura, diferentemente da UPA, que recebe recursos dos governos estadual e federal.
Instalado na Rua Frei Antônio, no bairro Terra Roxa, praticamente ao lado da UPA, o PAI foi construído com recursos federais do Ministério da Saúde, garantidos pelo ex-deputado federal Marçal Filho.
A unidade consiste num centro de saúde composto por uma equipe multiprofissional com pediatras, psicólogos, fonoaudiólogos e outros especialistas para atender crianças de todas as idades. Esse seria o critério básico para a constituição do PAI, no entanto, as áreas de atendimento poderão ser ajustadas e modificadas em Dourados.
De acordo com o secretário de saúde municipal Sebastião Nogueira, em razão do PAI estar ao lado da UPA, que oferece atendimento pediátrico 24 horas, não há necessidade da unidade ser restrita apenas ao atendimento de crianças. “Teremos que oferecer outras especialidades”, diz Nogueira ao O PROGRESSO.
Segundo ele, o PAI também poderá atender adultos em especialidades que ainda serão definidas. Em no máximo 60 dias, conforme garante o diretor de Infraestrutura da Secretaria de Planejamento, Jorge Torraca, o PAI será entregue à Secretaria de Saúde que ficará com a responsabilidade de colocar a unidade para funcionar.
Sebastião Nogueira disse que há recursos para mobiliar o PAI e todo o dinheiro viria da prefeitura. Ele preferiu não falar em quanto custaria para equipar a unidade e nem sobre as estimativas de despesas mensais após a ativação.
Para se ter uma ideia, somente a UPA tem despesas mensais de R$ 1,2 milhão, bancadas em sua maioria pelos governo estadual e federal. Sozinha, a prefeitura não teria condições financeiras de colocar a UPA para funcionar e até hoje estaria de portas fechadas se não recebesse recursos estauais e federais.
Sebastião Nogueira afirmou que o PAI é um processo diferente e será a prefeitura que terá que equipar e colocar para funcionar a unidade, por conta própria.
Mesmo diante das dificuldades que a prefeitura tem para manter os postos de saúde, que volta e meia sofrem com a falta de médicos e de materiais básicos no atendimento a pacientes, o secretário acredita que o PAI deve funcionar ainda este ano.
Mas se realmente a unidade será toda custeada com recursos próprios da prefeitura, há um grande risco do PAI virar um ‘elefante branco’ – nome dado a obras inacabadas sem previsão de serem concluídas ou acabadas que não entraram em funcionamento.