Dourados
05/03/2015 09h00
A jornalista Bia Barbosa, militante pela democratização dos meios de comunicação pela ONG Intervozes e pelo coletivo Mulher e Mídia, acredita que o dia 8 de Março não deve ser uma data comercial – que tradicionalmente é usada para divulgar produtos como flores, perfumes, roupas e utensílios domésticos.
A ativista defende a participação das mulheres nesse dia para reafirmar seus direitos e avançar nas conquistas sociais.
“Acho que é fundamental a gente aproveitar essa data, todos os anos, para lembrar que o dia 8 de março não é um dia para a gente receber rosas ou ganhar presentes, mas um dia para a gente lembrar também a luta cotidiana das mulheres que é feita nos 365 dias do ano”.
A jornalista destacou que, a partir do momento em que as mulheres lembram o seu dia e o ressignificam, elas avançam na própria luta e mostram para a sociedade como um todo que não haverá construção democrática efetiva enquanto a mulher não tiver direitos garantidos, igualmente para homens e mulheres, e enquanto a violência contra a mulher persistir no país.
Bia Barbosa ressaltou que o direito à liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais que as mulheres ainda não conseguem ter garantido de forma plena no Brasil, ao lado de tantos outros, como o direito à moradia digna, ao trabalho, à vida sem violência, à educação e à cultura.
“Quando a gente lembra do direito à comunicação e o direito à liberdade de expressão como um direito fundamental neste 8 de março, a gente está falando também em dar visibilidade a essas mulheres, não só para as mulheres que constroem essa luta no dia a dia, como comunicadoras populares, mas para conjunto das mulheres que tentam se fazer ouvir em todos os espaços da sociedade”, lembrou ela.
Desde o início da década de 80, as mulheres sabem: têm voz no rádio brasileiro. Com mais de 30 anos dedicados à defesa dos direitos da mulher, o Viva Maria apresenta temas relevantes e entrevistas com personalidades que contribuem para a melhoria da vida da mulher. (Rádio EBC)